Como o sistema financeiro captura a Humanidade através da dívida (2)
A dívida imputada pelo sistema financeiro e pela classe política não é nossa. É ilegítima porque dela nada resulta a favor do povo e aceitá-la é legalizar o roubo do nosso futuro.
Introdução
Na primeira parte deste texto procurámos apontar algumas notas sobre a forma como o sistema financeiro aprisiona a Humanidade, utilizando a dívida direta e indireta, surgindo a última através do Estado e da intermediação das classes políticas.
Esse processo, com uma dimensão dantesca e com efeitos dolorosos na vida dos povos, exige uma solução à altura - a supressão do capitalismo, tal como desapareceram ou se tornaram marginais, a peste, a escravatura ou os vínculos feudais - devendo as decisões relativas às necessidades coletivas ser emanadas e estar sob permanente escrutínio das populações, com a abolição das aristocracias políticas.
Temos consciência da insuficiência ou inexistência de movimentações populares anticapitalistas. E essa ausência, não vem permitindo uma discussão séria e alargada da situação ou, que se avaliem as limitações internas do processo capitalista geradoras de profundas desigualdades, onde se segmentam áreas de tecnologias de ponta e elevadas produtividades e regiões de tecnologias baseadas em baixas qualificações, salários miseráveis, como miseráveis são as condições de vida e de trabalho.
Em todos os processos políticos complexos há sempre quem pretenda a suficiência da lógica dos pequenos passos - assimiláveis pelo sistema - sem colocar de frente a gravidade dos problemas e a necessária radicalidade das soluções que, poderá ser ou não ser exequível de imediato. É a lógica das reformas, do convencimento, ingénuo ou oportunista, de que a participação em instâncias estatais ou que a utilização das leis de um estado-nação podem reverter as tendências inerentes à pressão capitalista; que, para mais se exerce num plano global.
Assim, tentaremos apontar as limitações da abordagem descrita no parágrafo anterior e que, podendo causar alguns inconvenientes a instituições do sistema financeiro ou da classe política, não belisca particularmente o capital global, nem a arquitetura do sistema político "representativo". Por outro lado, pode incutir a ideia - perigosa e falsa - junto da sociedade - de que essas abordagens e práticas podem fazer estremecer o poder capitalista ou a classe política na sua globalidade.
A partir de um abordagem mais polarizada, aquém da análise sistémica do capitalismo nesta sua fase neoliberal e de predomínio financeiro, quando um Estado contrai uma dívida, há um encadeado de vetores a considerar para a sua não aceitação.
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