Depois de vários dias de manifestações na celebrada Praça Tahir e de um ultimato de 48 horas o Exército egípcio derrubou - esta é a palavra certa, independentemente dos factos que o antecederam - o presidente eleito (na boca das urnas, logo legítimo) e colocou - temporariamente, segundo eles - como Presidente de transição, o presidente do Supremo Tribunal Constitucional do Egipto, Adli Mansur.
Uma das razões apresentadas pelos manifestantes e acolhidas pelos militares foi que Mohamed Morsi procurava extrapolar as suas competências constitucionais - que já tinham sido colocadas em causa pelo próprio Morsi e que foram agora suspensas pelo Exército - e tornar o Egipto num estado islamita governado por si e pela Irmandade Islâmica.
Esta é uma situação que deve ser ponderada por outra potência de raiz islâmica mas de governação laica e que também ela tem um forte e estruturado exército: a Turquia. Ou seja, o senhor primeiro-ministro e auto-assumido todo poderoso governante turco, Recep Tayyip Erdoğan, deve olhar para a sua esquerda e ponderar as consequências.
À pala da Arabe Spring há golpes de Estado apoiados, celebrados e aplaudidos pelas ruas!
Eugénio Costa Almeida, Ph.D
Investigador/Researcher do CEA (ISCTE-IUL)
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Publicada por ELCAlmeida às Pululu
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