Residência artística Joana Providência

RESIDÊNCIA ARTÍSTICA JOANA PROVIDÊNCIA
TEATRO DA CERCA DE SÃO BERNARDO | Coimbra
25 a 31 de Outubro


Joana Providência é a terceira convidada para uma residência artística no TCSB. Ao longo de uma semana, será possível conhecer de perto alguns dos momentos mais significativos de um percurso criativo de mais de 20 anos, que articula as linguagens do teatro, da dança, da música e do vídeo.

Definidas desde o primeiro momento como elementos-âncora da programação do TCSB, as residências artísticas são iniciativas singulares no contexto da oferta cultural no nosso país. Em cada semestre, convidamos um artista ou uma estrutura de criação para que fique em Coimbra um período alargado de tempo, de forma a poder apresentar ao público uma mostra do seu percurso criativo. Procuramos oferecer a artistas e a espectadores a oportunidade para aprofundarem o conhecimento do trabalho de criação que é desenvolvido, complementando a apresentação de espectáculos (sempre mais do que um e cruzando as propostas mais recentes com produções mais antigas e representativas desses percursos) com workshops, exposições, exibição de documentários, conversas com o público, etc.

As duas experiências tidas até ao momento, com o Teatro O Bando e com Vera Mantero confirmaram o acerto da proposta. Confirmam-no a receptividade do público e as afirmações dos próprios artistas:

“Temos sempre conversas com as pessoas depois do espectáculo. Não é para saber se gostaram, é para terem oportunidade de falar com aqueles que muitas vezes não têm oportunidade, porque não os conhecem, ou porque estão no palco. Criar possibilidades de encontro, de conversa […] A cultura de relação ao vivo que o teatro tem é um reduto que vai aparecer com muito mais relevância à medida que nos vamos apercebendo que as nossas relações são cada vez mais via satélite. Vai ser necessário tocar na carne e nas peles, tocar nas pessoas, cumprimentá-las, olhá-las nos olhos.”

João Brites, director artístico do Teatro O Bando, Diário de Coimbra, 24/05/2009.

“Estou muito contente de voltar a Coimbra, primeiro porque já não vinha há imenso tempo, depois porque estou de regresso precisamente com as mesmas pessoas que organizavam a Bienal Universitária de Coimbra, que foi importantíssima para a Nova Dança Portuguesa. Este é um regresso, completamente. É um regresso às origens. Porque eu, o João Fiadeiro, o Francisco Camacho, uma série de coreógrafos portugueses, começamos de alguma forma na BUC, onde foram apresentadas todas as nossas primeiras obras, tendo sido também um ponto de partida para a internacionalização da dança portuguesa.”

Vera Mantero, coreógrafa, Diário As Beiras, 17/09/2009.


A Menina do Mar teatro
26 de Outubro | terça | 21h30
26 e 27 de Outubro | terça e quarta | 11h e 15h | sessões para escolas
Esta menina é detentora de dois dons: pode respirar fora de água como os homens e dentro de água como os peixes. Sempre viveu no mar e quer conhecer a Terra mas não pode afastar-se muito da água porque fica desidratada. Além disso tem a sua liberdade condicionada porque é a bailarina da “Grande Raia”, senhora daqueles mares, que a traz constantemente vigiada pelos búzios. O seu fascínio pela Terra e pelo conhecimento de tudo o que existe fora do mar reforçou a amizade com o menino e juntos sonham, revivem e projectam muitas aventuras. “A Menina do Mar” é uma narrativa contemporânea, escrita em prosa poética, um texto emblemático da literatura infanto-juvenil, que alimenta no leitor/espectador a sede de sonho e do maravilhoso.
Espectáculo com tradução em linguagem gestual.
texto Sophia de Mello Breyner Andresen encenação Joana Providência dramaturgia Helena Genésio intérpretes Anabela Sousa, Beatriz Godinho, Filipe Moreira, Paulo Mota, Sandra Salomé espaço cénico e marionetas Cristóvão Neto figurinos Lola Sousa desenho de luz Pedro Carvalho banda sonora Rui Lima, Sérgio Martins M/6 > 45’ > 6 a 10€ > 3€/aluno nas sessões para escolas


Ladrões de Almas + Mecanismos dança
29 de Outubro | sexta | 21h30
“Ladrões de Almas” [versão curta] Espectáculo que parte do conto “Lugar Lugares”, de Herberto Hélder, e de alguns testemunhos íntimos. O tempo interior, o tempo como passagem, o tempo das estórias e o tempo intemporal das almas… O que são as almas? Onde estão? Nos cabides? Nos sapatos? Nos seres que, apesar de ausentes, este espectáculo torna presentes?


direcção Joana Providência intérpretes Anabela Sousa, António Júlio, Andreas Dyrdal, Vera Santos desenho de luz José Carlos Gomes sonoplastia Luís Aly espaço cénico Susete Rebelo figurinos Catarina Barros adereços Cristóvão Neto realização e edição vídeo Eva Ângelo co-produção Culturgest


“Mecanismos” Espectáculo de 1989, que marca a estreia profissional de Joana Providência, produzido pelo Fórum-Dança. “Gestos como corpos temos todos/ Todos somos corpo/ mal ou bem o corpo com os variados gestos/ viciados e repetitivos os ges- tos tiques, gaguêz do corpo/ do corpo fragmentado/ atravessado por signos autónomos/ autómatos/ o corpo a dizer, a representar, onde a narrativa coreográfica surge do descontínuo, da justa posição”. (J.P.)
direcção Joana Providência intérpretes Anabela Sousa, Andreas Dyrdal, António Júlio, Beatriz Godinho, Vera Santos figurinos Lola Sousa adaptação de luz José Carlos Gomes
M/12 > 60’ > 6 a 10 Euros


Mão na Boca dança
30 de Outubro | sábado | 21h30
Sob um palco coberto de terra, é invocado/evocado o universo ficcional de Paula Rego, perspectivando o corpo enquanto veículo de uma narrativa preenchida de desejos, medos e tensões. A criação deste espectáculo ”desenvolveu-se num duplo sentido: por um lado, constituíram-se como impulsos geradores do processo as gravuras, os desenhos e as pinturas de Paula Rego e os universos de conto/fábula/romance que são a sua moldura; por outro lado, configuraram-se como motes do trabalho as marcas escondidas, ou menos legíveis, de uma memória: os seus medos, os seus sons, o seu imaginário”.
direcção Joana Providência intérpretes Anabela Sousa, António Júlio, Vera Santos assistência de direcção Paula Castro apoio dramatúrgico Zeferino Mota figurinos Rute Moreda, Lola Sousa desenho de luz José Carlos Gomes
M/12 > 50’ > 6 a 10€


Outras iniciativas
Para além dos espectáculos (A Menina do Mar, Ladrões de Almas, Mecanismos e Mão na Boca), o programa inclui ainda:

Consciencialização do corpo e composição coreográfica [workshop de dança contemporânea] Sala-Estúdio da Bonifrates > 25 a 29/10, 17h-20h; apresentação final no TCSB, 31/10, 16h
árvores [documentário – excertos] Memórias de experiências quotidianas na voz de Homens e Mulheres em diálogo com a vida e com a morte. Proposta de Joana Providên- cia; pesquisa realizada para o projecto “Ladrões de Almas”; realização e edição: Eva Ângelo conversa com Cláudia Galhós, Joana Providência e Eva Ângelo TCSBar > 28/10, 21h30 > entrada livre
Textos Secretos [instalação vídeo] A voz real de “amantes, esposos e namorados” convida-nos a percorrer costumes, tempos e lugares do mundo dos afectos > TCSBar > 29/10, 23h00 (após o espectáculo)
Mão na Boca [documentário] TCSBar > 30/10, 23h00 (após o espectáculo) > entrada livre
Conversas com o público TCSBar > a seguir a todos os espectáculos

BIOGRAFIA
Joana Providência nasceu em Braga, em 1965, onde iniciou os seus estudos em dança com Fernanda Canossa.


Em 1989 terminou o curso da Escola Superior de Dança do Instituto Politécnico de Lisboa.


Integra desde 1995 a Academia Contemporânea do Espectáculo na qualidade de responsável pelo departamento de movimento do curso de Interpretação e de docente da área de Formação em Contexto de Trabalho. Integra a companhia de teatro promovida por aquela entidade, a ACE/Teatro do Bolhão, sendo membro da sua direcção artística.
É colaboradora regular do Fórum Dança como docente de composição coreográfica.
Como coreógrafa/encenadora tem desenvolvido diversos projectos dos quais destaca:
Em 2008 estreia na Culturgest Ladrões de Almas co-produção ACE-Teatro do Bolhão/ Culturgest.


Em 2004 a convite da Fundação de Serralves constrói e apresenta Mão na Boca, co-produção ACE-Teatro do Bolhão/ Fundação de Serralves, integrado na programação paralela à exposição Paula Rego.


Em 2000 estreou, no Rivoli Teatro Municipal, o espectáculo Causa e Efeito, uma co-produção As Boas Raparigas.../Porto 2001. Em 1999, estreou Zzzap! no Centro Cultural de Belém; participou na performance/improvisação integrada na exposição CIRCA 1999 no Museu de Arte Contemporânea da Fundação de Serralves.


Em 1994, participou no festival New Moves, Glasgow (Escócia); em 1993 estreou Registo no Rivoli Teatro Municipal, no âmbito das II Jornadas de Arte Contemporânea do Porto, e apresentou Pequenas Mortes no Centro Cultural de Belém.


Em 1992, participou no Festival de Otoño/Madrid Capital Europeia da Cultura, e criou In-vitro a convite da Fundação de Serralves, obra premiada com o Sete de Ouro para a Melhor Coreografia.


Em 1991, a convite da Europália, participou nos festivais Spring Dance (Holanda) e Klapstuck (Bélgica) com Sustine et Abstine.


Em 1989, participou na Mostra de Dança Portuguesa (ACARTE/Fundação Calouste Gulbenkian), e estreou no Porto Mecanismos, espectáculo que lhe valeu o Sete de Ouro – Prémio Revelação.

Isabel Campante
A Escola da Noite
Teatro da Cerca de São Bernardo
Cerca de São Bernardo
3000-097 COIMBRA
e-mail [email protected]
site www.aescoladanoite.pt
blog http://weblog.aescoladanoite.pt

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