Kim Jong-Il e a Esquerda

Por Gabriel Martinez - Editor do blog Solidariedade á Coreia Popular

Kim Jong-Il e a Esquerda. 16182.jpegCom a morte do líder norte-coreano Kim Jong Il, diversas organizações políticas comunistas prestaram condolências ao povo norte-coreano e ao Partido do Trabalho da Coréia. No Brasil, partidos como Partido Comunista do Brasil e o Partido Comunista Marxista-Leninista (Brasil) publicaram notas declarando apoio e solidariedade ao governo da RPDC. No Chile, o Partido Comunista do Chile e o Partido Comunista (Ação Proletária) declararam apoio e solidariedade ao povo norte-coreano. Como não poderia deixar de ser, nos dois países, suas classes dominantes reagiram, e de maneira hipócrita e cínica passaram a denunciar os partidos que se mostraram solidários ao povo norte-coreano e ao seu governo.

 O caso onde a polêmica atingiu maiores proporções foi no Chile, onde a imprensa burguesa partiu para ofensiva contra o Partido Comunista do Chile, acusando-o de "apoiar ditaduras". Guillermo Teillier, presidente do Partido Comunista do Chile, rechaçou as críticas dirigidas ao seu partido e afirmou que "aqueles que nos criticam são os que violaram sistematicamente os direitos humanos no Chile". Teillier tem razão, pois os elementos nazi-fascistas, que acusam cinicamente a Coréia do Norte acusando-a de praticar "sistemáticas violações contra os direitos humanos" são aqueles que apoiaram Pinochet, no Chile, e no caso brasileiro apoiaram a ditadura civil-militar brasileira.

O episódio lembra as acusações que eram feitas no passado pela burguesia mundial aos partidos revolucionários que apoiavam a antiga União Soviética e a "China comunista". É o velho anti-comunismo primário surgindo com força na América Latina.

Para tentar de alguma forma desmoralizar o Partido Comunista do Chile e as lideranças da juventude ligadas ao partido, que de certa forma dirigem às diversas manifestações que estão ocorrendo no país, a imprensa burguesa se aproveita da correta e necessária nota emitida pelo Partido Comunista do Chile pela morte de Kim Jong Il. Porém, interessante observamos como foi a reação dos jovens ligados ao Partido Comunista do Chile, em especial a sua principal liderança, a estudante Camila Vallejo. Camila se tornou conhecida mundialmente pela sua participação ativa nas manifestações estudantis, sendo até mesmo eleita como "personalidade do ano" pelo panfleto britânico The Guardian. Porém, em clara concessão a pressão exercida pela imprensa burguesa, Camila declarou ao Canal 13 do Chile que a nota de condolências pela morte de Kim Jong Il "foram um erro" sendo necessário fazer uma "autocrítica". Camila Vallejo vai além e diz que ficou "chocada" ao ler a nota. A declaração de Camila Vallejo representa uma completa concessão ideológica às idéias da burguesia e revela o seu caráter vacilante. Como Camila Vallejo deseja liderar as lutas estudantis chilenas capitulando vergonhosamente frente a pressões e provocações tão primárias feitas pelos setores reacionários da sociedade chilena? Quem precisa fazer uma urgente auto-crítica é a sra. Camila Vallejo e não o partido em que milita, ou ela acredita estar acima de seu partido?

Como diria um ditado anti-imperialista norte-coreano: "Ainda que o cachorro late, o trem da revolução avança". Esperamos que Camila Vallejo não se junte ao time dos cachorros pró-imperialistas, que ameaçam o povo norte-coreano e sua república socialista há mais de 60 anos. 

 

 

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