Ali Salem Tamek, Brahim Dahane e Hammadi Naciri
Nós, os três activistas dos direitos humanos saharauis que há mais de onze meses estamos encarcerados sem ter sido acusados formalmente nem julgados, decidimos começar uma greve de fome de 48 horas no dia 15 de Setembro de 2010. Exigimos um julgamento justo ou a libertação sem condições.
A 28 de Abril de 2010 suspendemos a nossa greve de fome indefinida, que durou quarenta e um dias, em resposta ao compromisso das autoridades de Marrocos de pôr fim ao nosso encarceramento (a libertação condicional de três dos nossos camaradas fez parte do referido compromisso), o que considerámos um sinal positivo e um primeiro passo para o termo da nossa detenção apenas por expressarmos as nossas opiniões de forma pacífica.
No entanto, a continuação de nossa detenção contra a opinião e os pedidos de todas as organizações de direitos humanos de Marrocos e internacionais, assim como da opinião pública internacional, que exigem a nossa libertação incondicional, provocam nas autoridades marroquinas uma vingança cega em relação ao nosso grupo devido às nossas opiniões e às nossas actividades civis e em defesa dos direitos humanos.
Em total oposição à legalidade internacional, que garante o direito a um julgamento em prazos razoáveis e aceitáveis, as autoridades de Marrocos nunca iniciaram os preparativos para o nosso julgamento, apesar de terem transcorrido mais de 11 meses da nossa detenção, nem tão pouco decidiram ainda colocar-nos em liberdade.
Por isso, fazemos um apelo a todos os advogados democratas e às organizações de direitos humanos de todo o mundo a que pressionem o Estado marroquino para que liberte todos os defensores dos direitos humanos e presos políticos das mais diversas prisões de Marrocos.
Os três presos de consciência saharauis, defensores dos direitos humanos,
- Ali Salem Tamek, preso número 50010
- Brahim Dahane, preso número 50014
- Hammadi Naciri, preso número 50015
13 de Setembro de 2010
Prisão Local de Salé
Associação de Amizade Portugal - Sahara Ocidental
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