Por Dick EmanuelssonTEGUCIGALPA / 2010-03-30 /
A humilhação para o "senhor da Segurança Democratica" não houvesse podido ser maior. Seu oficial, o Cabo do exército nacional da Colômbia, PABLO EMILIO MONCAYO, o prisioneiro de guerra mais antigo do conflito social e armado colombiano, elogiou os presidentes Rafael Correa, Hugo Chávez e Luiz Inácio Lula da Silva, por ter ajudado na sua libertação. Mas, em momento algum mencionou o nome e apelido do Sr Álvaro Uribe ou seu governo.
A libertação por parte da guerrilha das FARC foi adiada por quase um ano por culpa da intransigência de Uribe. Nesta oportunidade o espaço para montar armadilhas, manobras sujas ou falsos positivos tinha-se reduzido, mas, igual a como em outra oportunidades, Uribe e seus generais violaram o Protocolo assinado para facilitar a entrega do oficial Pablo Moncayo, pois realizaram sobre-vôos na região onde ele se encontrava, antes de sua entrega à Comissão Humanitária liderada pela incansável Senadora Piedad Córdoba.
Não se pode negar a existência de um conflito social e armado na Colômbia.
O militar colombiano vencido em combate e feito prisioneiro de guerra em 21 de dezembro de 1887 na toma da Base Militar do cerro Patascoy, cuja altitude é de 4.200 metros, com temperatura que chega até os 15 graus abaixo de zero, à pergunta dos jornalistas sobre o que opinava sobre as FARC, disse que sua opinião sobre essa guerrilha no importava, mas que não se pode negar a sua existência.
"Creio que o que eu pense da guerrilha das FARC em nada muda o rumo da historia da Colômbia. Simplesmente, existem na Colômbia, são uma realidade, por mais que se queira não se podem negar, por mais que pareçam invisíveis, mas ai estão".
A pesar de ter passado doze anos de sua vida em preso, o Cabo do exército vê com olhos muito mais claros os verdadeiros inimigos do povo colombiano. Não assim, Uribe que desde seu primeiro dia de governo tem feito de tudo através dos meios de comunicação leais a ele para ocultar a verdadeira realidade colombiana. Não só isso. Dedico-se a semear o terror, as ameaças a jornalistas e personalidades que não querem se subordinar a ele e, menos ainda, ficar calados diante do Terrorismo de Estado. Nem os Magistrados da Corte Suprema de Justiça escapam da sua política fascista. Muito menos políticos de esquerda e lutadores sociais que no concordam com ele. Isso acontece nessa bela nação sul-americana.
A grande mídia prostituída
Não podiam faltar os repórteres do "Grêmio Mata-FARC" no aeroporto de Florencia, capital do Departamento (estado) do Caquetá, à espera angustiosa de uma só palavra anti-FARC ou anti-Chávez pronunciada pelo Sargento Moncayo logo de sua liberação, para converti-la em manchete. Igual que a Uribe, em absoluto lhes interessava a liberação de seu compatriota que um dia aos 18 anos de idade, com toda uma vida por diante, foi vencido em combate no sul da Colômbia, numa guerra que não é dele nem dos mais de 450 mil soldados, filhos de famílias de colombianos pobres, que dia e noite arriscam sua vida, disque 'defendendo a pátria', quando na verdade, o que fazem é preservar os privilégios de uma oligarquia fascista.
Durante a coletânea de imprensa no aeroporto de junto à Senadora Piedad Córdoba e Dom Leonardo Gómez Serna, a mídia uribista, em forma alguma se interessou por conhecer o estado de saúde do Cabo,por saber como foram esses anos nas montanhas, nem sua imensa alegria por ter sido deixado em liberdade pela guerrilha. Só queriam saber por que o canal continental TELESUR tinha transmitido durante 30 segundos imagens dele caminhando na selva momentos antes de ser liberado, mas acusando a esse canal televisivo de ter violado um Prolocolo que nenhum meio de comunicação no mundo assinou.
Rádio W condena o jornalista Jorge Inrique Botero.
A descarada Rádio W, ficou muito mal, pois seu repórter, tentando complicar a vida de um prestigiado jornalista, mas que perguntar à Senadora Piedad, afirmava que o excelente jornalista e documentarista colombiano Jorge Enrique Botero, tinha sido visto na selva junto ao Cabo Moncayo na transmissão feita por TELESUR. A Senadora, visivelmente irritada pelas perguntas centradas em atacar esse canal continental, rechaçou com veemência as tendenciosas perguntas e respondeu a esse "enviado especial" (mandado por quem?) da rádio W, com as palavras a seguir: "Pois eu nunca vi Jorge Enrique lá, mas está aqui", indicando com a mão o lugar onde ele estava.
Investigar duas vezes antes de publicar conjeturas
Nem mais faltava. O Senhor Uribe na inauguração de uma cadeia na cidade de Cúcuta, fronteira com a Venezuela, ameaçou com seu terrorismo de estado os colegas jornalistas de TELESUR, catalogando sua atividade jornalística com as seguintes palavras: "O que se pode esperar das FARC". E para completar, num comunicado o senhor Uribe não só acusa TELESUR de ter violado um Protocolo assinado só pelo Governo Uribe, a Cruz Vermelha Internacional e Dom Leonardo Gómez Serna, mas, ainda mais, denuncia a Senadora Piedad e Dom Leonardo de serem cúmplices da transmissão de TELESUR. quando são, apenas, autores reais da libertação do Cabo Moncayo
Qualquer jornalista sabe que é melhor investigar duas vezes antes de publicar uma conjetura ou uma notícia de fonte não confirmada. Mas, para Uribe ou para o Estado colombiano isso nada importa.
TELESUR rechaçou e desnudou o comunicado mentiroso do mentiroso Uribe, em todos seus pontos, um por um, por meio de um Comunicado: (http://www.telesurtv.net/noticias/secciones/nota/69460-NN/comunicado-telesur-sobre-acusaciones-de-gobierno-colombiano/)
No seu primeiro ponto afirma que "as imagens publicadas não foram gravadas por pessoas de TELESUR. Foram recebidas através do correio eletrônico público da Redação central de nossa planta de televisão. Ademais de TELESUR, entre os destinatários desse correio estavam outros meios de comunicação colombianos e internacionais".
É de estranhar que Uribe ataque TELSUR quanto o mundo sabe que ele mesmo foi desmascarado por ter cometido uma violação do Direito Humanitário Internacional, por ter utilizado, não somente o emblema da Cruz Vermelha Internacional, mas também os logotipos de TELESUR e da equatoriana ECUAVISA em 2008, no operativo Xeque II, quando foi entregada a senhora Ingrid Betancourt por dois traidores da guerrilha em conspiração com a inteligência colombiana e estadunidense, deixando assim vulnerável a segurança da vida dos colegas desses meios que sim sabem proceder com ética e respeitando os princípios. Sobre essa violação cometida por Uribe, jamais ouvimos dos meio oficiais colombianos, nem sequer, uma palavra de protesta.
O pesadelo da terça-feira 30 de março de 2010
Esse dia não foi bom para Uribe e seus generais. E para completar seu desconforto anda a notícia de que o Cabo Moncayo se pronunciará nos próximos dias sobre a toma de uma decisão importante para sua vida. Sem pretender fazer especulações ou conjeturas como faz Uribe, todo indica que ele quer lutar pela Troca dos oficiais militares e policiais, prisioneiros de guerra vencidos e capturados em combate pelas FARC, tanto por os guerrilheiros presos, quanto por todos os presos políticos que estão nos cárceres colombianos, que segundo a Fundação de Solidariedade com os Presos Políticos, são mais de 8.000 pessoas.
Ninguém acredita que Uribe, no pouco que fica de seu mandato, promova uma Troca de prisioneiros de guerra, coisa que às vezes fazem os israelitas e as autoridades palestinas. Ao contrário, ele quer levar até as últimas conseqüências sua guerra contra as FARC, exigindo a seus generais a eliminação física de seu Comandante em Chefe, Alfonso Cano
Dá para imaginar os pesadelos de Uribe que em agosto de 2002 prometeu a seus patrões, os generais do Pentágono e os pro-homens da guerra da Casa Branca, acabar com as FARC e o ELN em 120 dias, só.
A bofetada do adeus de Uribe
Por isso, a bofetada do Cabo Moncayo, da Terça-feira, 30 de março do presente ano, foi tremenda porque ele foi liberado no mesmo olho do furacão do Plano Patriota, o plano militar mais grande dos tempos modernos, no qual toda a maquinaria de morte de quase 500.000 homens em armas, apoiados pela frota mais grande de Latinoamérica, de aviões e helicópteros, assessorados por mais de 2000 militares especialistas made in USA, não lograram derrotar o movimento guerrilheiro que hoje tem dito que a entrega de Mocayo encerra as entregas unilaterais e que agora corresponde ao Estado colombiano negociar uma Troca de prisioneiros das duas partes.
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