Os eleitores franceses voltam amanhã às urnas para eleger os deputados, prevendo-se uma ampla vitória da maioria de direita de Nicolas Sarkozy face à oposição de esquerda que apenas parece ter como ambição limitar os estragos.
Um mês depois das presidenciais, os 44,5 milhões de eleitores vão escolher os ocupantes dos 577 lugares da Assembleia Nacional (22 representando territórios ultramarinos), a câmara baixa do parlamento, onde a direita dispõe já de uma confortável maioria.
No dia 17 realiza-se uma segunda volta nas circunscrições onde nenhum candidato tenha obtido mais de 50 por cento dos votos. Neste caso, passam à segunda volta os candidatos que tenham um número de votos no mínimo igual a 12,5 por cento dos eleitores inscritos. Este modelo de escrutínio maioritário a duas voltas prejudica os pequenos partidos.
Mais de 7.700 candidatos tentarão obter um mandato, de cinco anos, anunciando as sondagens uma «vaga azul» (a cor do partido União por um Movimento Popular de Sarkozy).
Segundo a última sondagem do instituto «BVA», os candidatos do partido presidencial UMP e os seus aliados receberão 41,5 a 42 por cento dos votos, contra 28 a 29 por cento do Partido Socialista Francês (PSF) e aliados. Após a segunda volta, o UMP terá conquistado 366 a 419 lugares (actualmente tem 359) e o PSF 120 a 173 (tem agora 149).
As sondagens prevêem ainda um novo recuo nos votos da extrema-direita de Jean-Marie Le Pen (que não possui deputados) e do Partido Comunista, que não deverá ultrapassar a barreira dos 20 deputados (conta com 21).
Nicolas Sarkozy, eleito dia 6 de Maio com 53,06 por cento dos votos contra a socialista Ségolène Royal, pretende uma vitória tão ampla quanto ossível para fazer aprovar rapidamente o seu programa de «ruptura».
O objectivo é aproveitar o estado de graça de que beneficia junto da opinião pública com o seu governo de «abertura» que integra várias personalidades vindas da esquerda. Três quartos dos franceses (76 por cento) avaliam positivamente a acção do governo e 77 por cento consideram que ele é capaz de reformar o país.
Por isso, tem-se envolvido directamente na campanha para as legislativas, o que não era habitual nos presidentes franceses.
Fonte O Primeiro de Janeiro
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