O ex-presidente iraquiano Saddam Hussein e "vários" de seus colaboradores serão julgados a partir de 21 de Agosto pelo alegado "genocídio" de curdos, anunciou hoje o Tribunal Penal Supremo iraquiano. "O Tribunal agendou para 21 de Agosto de 2006 o início do julgamento", segundo um comunicado desta instância, que está a julgar Saddam e sete co-acusados desde 19 de Outubro de 2005 por uma outra acusação, um massacre de aldeões xiitas na década de 80. "A Procuradoria informou os advogados de defesa das acusações (apresentadas contra os seus clientes) e entregou-lhes cópias dos documentos relativos ao assunto, de acordo com os artigos 40 e 41 do Código Penal", refere o texto.
Segundo fontes judiciais, entre os arguidos está o responsável pela zona norte do país, Ali Hasan Al-Mayid, primo de Saddam, conhecido como "Ali o Químico" por alegadamente ter ordenado os ataques com gases tóxicos contra várias localidade da zona. Só na cidade de Halabja, em Março de 1988 morreram cerca 5.000 pessoas. A operação em Al-Anfal foi lançada no fim da guerra entre o Iraque e o Irão (1980 e 1988).
O presidente deposto e outros sete destacados dirigentes do regime derrubado em Abril de 2003 estão a ser julgados desde 19 de Outubro pela sua responsabilidade no massacre dos aldeões xiitas após um ataque falhado a uma coluna presidencial em 1982 em Dujail, vila situada a norte de Bagdad.
Este mês, o Procurador-geral do Alto Tribunal Penal iraquiano pediu a pena de morte para Saddam Hussein, o seu meio-irmão Barzan al- Tikriti e o antigo vice- presidente Taha Yassin Ramadan. "Pedimos as penas máximas e as mais duras contra Saddam Hussein, Barzan al-Tikriti e Taha Yassin Ramadan que espalharam a desgraça e são responsáveis por todos os crimes cometidos em Dujail", declarou o procurador, Jaafar al-Moussaoui, referindo-se à pena de morte.
Segundo "Jornal de Notícias"
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