Tekbar Haddi, uma mãe saharaui, iniciou uma greve de fome no passado dia 15 de Maio por tempo indeterminado, em frente ao consulado marroquino em Las Palmas de Gran Canaria, onde reside, devido ao assassinato de um dos seus filhos, Mohamed Lamine Haidala, um jovem activista da luta do povo saharaui, de 21 anos, por colonos marroquinos.
Mohamed Lamine Haidala morreu a 8 de Fevereiro em El Aaiun, nos territórios ocupados do Sahara Ocidental, após ser atacado por um grupo de colonos e torturado pela polícia marroquina.
O jovem saharaui foi agredido e torturado, sofreu um golpe de tesoura no pescoço, ferida que não foi devidamente tratada. Posteriormente foi levado para a prisão, sem acesso a cuidados médicos até que voltou ao hospital, onde viria a falecer.
Tekbar Haddi deslocou-se a El Aaiun para pedir uma investigação e para ver o corpo, mas ambas as situações foram-lhe negadas.
Como resposta, obteve perseguição policial e invasão da casa da sua família, torturas aos seus familiares e destruição de propriedade, pois não cedeu à pressão e não aceitou o suborno que lhe foi proposto para que fizesse o funeral do seu filho sem saber do seu paradeiro e sem exigir uma autópsia para provar o que realmente aconteceu. Até hoje, as forças de ocupação não lhe devolveram o corpo do filho e ninguém sabe onde se encontra.
Esta situação representa uma grave violação dos direitos humanos e a privação do direito desta mãe poder fazer um funeral digno do seu filho que foi torturado e assassinado.
O Partido Ecologista «Os Verdes» manifesta a sua solidariedade para com Tekbar Haddi, que tem o direito de dar ao seu filho um funeral digno, estendendo essa solidariedade para com o povo saharaui e com a sua longa luta pelo direito à autodeterminação.
«Os Verdes» recordam que esta não é uma situação isolada e que resulta da ocupação desde a década de 70 do Sahara Ocidental por parte do Reino de Marrocos e condenam a violação sistemática dos direitos humanos por parte das forças marroquinas, o que faz com que o povo saharaui viva condenado à pobreza, sob violência e sem acesso aos recursos do seu território.
Perante mais este trágico e desumano acontecimento, o PEV defende que o governo português deve assumir uma posição firme em defesa do povo saharaui, exigindo o respeito pelo direito internacional e pelos acordos internacionais e o fim da ocupação do Sahara Ocidental e a ampliação da MINURSO (Missão das Nações Unidas para um Referendo no Sahara Ocidental) a uma efectiva e eficaz monitorização dos direitos humanos.
O Partido Ecologista Os Verdes
Lisboa, 8 de junho de 2015
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