O local da maior tragédia oficial da história do futebol brasileiro, o estádio da Fonte Nova, pode ser demolido, antes mesmo da construção de nova arena para a disputa do Mundial de 2014. A hipótese de colocar a estrutura abaixo foi acenada ontem pelo governador Jaques Wagner (PT) e por Orlando Silva, ministro do Esporte, informa o Estado de São Paulo.
Ambos estiveram pela manhã no estádio, para ver o rombo na estrutura que provocou a queda dos torcedores. O acidente ocorreu a dez minutos do final quando um bloco de cimento se despregou de uma laje da arquibancada superior e fez com que várias pessoas caíssem de altura de 15 metros. O jogo não foi interrompido. Silva e Wagner saíram da Fonte Nova com veredictos parecidos em torno do destino do complexo esportivo erguido em 1951.
"A impressão é que foi o último ato", observou Orlando Silva, ao referir-se ao jogo em que o Bahia empatou com o Vila Nova-GO por 0 a 0 e garantiu matematicamente o retorno à Segunda Divisão do Brasileiro.
O ministro acredita que aquele jogo, motivo para festa e ponto de partida da tragédia, foi o derradeiro momento importante do velho estádio. Embora não tenha dado mais detalhes a respeito de sua observação, Orlando Silva deixou escapar a posição do governo federal sobre um campo condenado por recentes estudos de entidades especializadas, além do Ministério Público da Bahia, Vigilância Sanitária e Corpo de Bombeiros.
A opção que mais preocupa a população, segundo pesquisas da imprensa local, é a construção de novo estádio. Além de prever capacidade para só 40 mil torcedores, há temor de que as obras venham a estimular corrupção.
A Fonte Nova, na origem, tinha capacidade até menor do que a futura arena - em 1951, foi liberada para 30 mil pessoas. Vinte anos depois, teve a capacidade ampliada para 80 mil, mas havia muito mais gente na reinauguração, em 6 de maio de 1971. Na época, oficialmente houve duas mortes, número não confiável, divulgado em tempos de ditadura militar.
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