Em menos de dois meses, depois do assassinato de cinco militantes do MST em Felisburgo, Minas Gerais, agora mais três assassinatos em Pernambuco, um em S. José da Coroa Grande e outros dois em Passira. E todos cometidos por jagunços a mando de velhos coronéis travestidos de empresários agrícolas modernos.
Enquanto isso o governo federal lamenta as mortes e promete punição dentro da lei, tal como estamos até agora esperando a punição de Corumbiara, Eldorado do Carajás, Carandiru, Candelária, etc. Envia como emissários ao enterro dos dois últimos militantes assassinados Edilson Rufino da Rocha e Francisco Manuel de Lima - o Secretário Especial Nilmário Miranda, dos Direitos Humanos, e o Ouvidor Agrário Nacional, representando o Ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rosseto, que se comportam como expectadores compungidos com tanta violência, da qual não se sentem nem responsáveis, e nem cúmplices.
Mas são responsáveis e são cúmplices! O INCRA, órgão encarregado de implementar a reforma agrária, foi golpeado de morte, tal como todos os organismos estatais, pela Contra-reforma da Previdência implementada no ano passado. Funcionários denegridos por uma sórdida propaganda à la Duda Mendonça, necessariamente têm que se sentir menos motivados. Além disso, por causa das necessidades do superavit fiscal, os recursos repassados a esse organismo são insuficientes e chegam irregularmente, impedindo um cronograma mínimo de atividades, como bem o denunciou Plínio de Arruda Sampaio (Escalada da barbárie no Brasil. De quem é a culpa?). De reforma agrária consistente, nem se fala.
A população rural acampada e os pequenos agricultores sem a atenção deste governo, estão em péssimas condições materiais, aflitos e tensos. E, diante de tanta passividade do governo federal, é natural que os latifundiários sintam-se encorajados a empregar seus jagunços para punições exemplares a estes rebeldes que ousam contestar a ordem social do domínio da propriedade privada sem fins sociais. O governo olha de longe, coloca bonés de movimentos sociais na cabeça e dá abracinhos, tudo diante de holofotes e câmeras, porém não se compromete a atacar a grande propriedade agrária, hoje promovida a agrobusiness. Nesse sentido transforma-se em cúmplice do aumento da tensão e da certeza da impunidade que levarão outros fazendeiros a utilizarem seus jagunços.
É a barbárie para os oprimidos do campo, tal como nas grandes cidades, em que as polícias estaduais (civis e militares) invadem favelas e bairros pobres, prendem, espancam e matam suspeitos, sem freios, sem punição, com o acordo tácito de boa parte do Judiciário e o silêncio dos Poderes Legislativos e Executivos estaduais.
O PSOL protesta contra esta atitude do governo federal, de passividade e conformismo diante da degradação dos direitos humanos dos pobres do campo e das cidades.
Socialismo
Liberdade
Núcleo de Direitos Humanos - PSOL-SP
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