O Processo de Kimberley é um sistema de linhas-guia que tencionam reduzir a hipótese que os diamantes possam servir de combustível para conflito, nomeadamente a troca destas pedras preciosas por armas.
Angola não é estranho a esse processo de troca, pois vem vivendo uma guerra civil há quase 30 anos, desde a independência e durante mais 13 anos antes.
O relatório recente chamado A Chave de Kimberley Controles Internacionais sobre Diamantes fala da necessidade de controlar as operações dos produtores de diamantes. Outro relatório, Homem rico, homem pobre Diamantes de Desenvolvimento e Diamantes de Pobreza afirma que a não ser que a prospecção de diamantes comece a pagar mais do que um dólar norte-americano por dia, os controles não vão funcionar.
Não vão funcionar porque todo o processo de prospecção e produção será oculto. Durante os muitos anos, aliás décadas, de guerra, ninguém se mostrou preocupado em controlar a produção de diamantes em Angola.
Pelo contrário, a comunidade internacional, salvo raras excepções, estimulava a produção até ao máximo para poderem vender os seus produtos, nem sempre muito benéficos para o angolano.
O primeiro relatório refere a necessidade de controlar as transferências internacionais entre produtores de diamantes, citando os grandes esforços de mais que 40 produtores e apontando graves deficiências no caso angolano. Pois, com os problemas que esse país tem tido, não surpreende.
A comunidade internacional às vezes age duma maneira pouco lógica. Se alguém pensar comparar Angola com o resto do mundo, depois de 40 anos de guerra, e exigir que em dois anos consigamos rectificar tudo o que estava mal, quando nem sequer tivemos a hipótese de respirar a nossa independência, seria melhor apanhar uma injecção de neurónios inteligentes.
Já muito fizemos nós.
Acácio BANJA PRAVDA.Ru LUANDA ANGOLA
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