Poema de Amor e Dor: "Guernica, Itararé"

 

Poema de Amor e Dor: "Guernica, Itararé"

"Mais de oitenta anos depois, a bucólica Itararé-SP  entra pela porta da frente da Literatura Brasileira e ganha foro comparável ao do Yoknapatawpha County de William Faulkner (1897-1962) na literatura norte-americana, de Macondo de Gabriel García Márquez (1927-2014) e de Santa Maria de Juan Carlos Onetti (1909-1994) na literatura latino-americana. A paulista Itararé é palco das aventuras contadas por Aristides, ou Ari, personagem do romance Goto - o reino encantado do barqueiro noturno do rio Itararé,  Editora Clube de Autores, de Silas Correa Leite, in

http://www.triplov.com/letras/adelto_goncalves/2016/goto/index.htm

 

(1)

-Desde que "li" o clássico quadro de Pablo Picasso, GUERNICA,

que ainda muito guri, pensava:

"Quiseram destruir Itararé".

E fico imaginando Guernica-Itararé e a minha cidade histórica numa batalha que destruiria minha aldeia

que não pode haver

Mas que poderia ter havido

QUANDO JAMAIS PODERIA ACONTECER...

(2)

-As revoluções, as tropas de 1930 e os soldados gaúchos do sul,

fechando um ciclo oligárquico.

Quiseram destruir Itararé.

Penso com os botões do meu velho casaco de general e meus poemas-andorinhas sobre minha terra

Destruída, e a sofrer

E crio, e sinto... e escrevo

PORQUE A CONSCIÊNCIA ME FAZ ESCREVER

(3)

-E imagino a dor de Pablo Picasso que pintou a famosa tela cubista,

o terrível sofrimento todo dele.

Quiseram destruir Itararé.

E coloco a minha dor na dor dele por grande amor à minha querida Itararezinha, como um dever

E sofro essa minha "guernica"

Particular, mas de igual historial

COMPARANDO MINHA DOR A ESSE TRISTE HAVER

(4)

-Escrevo para colocar a minha Itararé na consciência do mundo,

louvando-a em verso e prosa

(Quiseram destruir Itararé)

Como se ainda morresse por ela, dando testemunho de amá-la, defendendo-a, feito andorinha, a sofrer

Defendendo a honra da terra-mãe

Berço, ninhal, encantário, chão de estrelas

POIS SEM ELA NÃO MAIS EXISTIRIA O MEU SER

(5)

-E sou eu essa "Itararé-Guernica" com meus poemas de tristeza e dor,

e guardo essa bandeira de luta:

'QUISERAM DESTRUIR ITARARÉ"

E cantando-a, porque SEMPRE HAVERÁ ITARARÉ, muito além de mim, de minha dor

Cada filho com fibra desse bem-querer

Ainda defende Itararé nas artes, no amor

PORQUE MORRER POR ITARARÉ AINDA É VIVER!

-0-

Silas Corrêa Leite

Ciberpoeta, Blogueiro e Escritor premiado, membro da UBE-União Brasileira de Escritores.

Jornalista Comunitário e Conselheiro Diplomado em Direitos Humanos.

E-mail: [email protected]

 

AUTOR DE TIBETE, De quando você não quiser mais ser gente, Romance, 2017, Editora Jaguatirica, RJ

www.artistasdeitarare.blogspot.com/

 

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