A Frevioca
Segundo o site da Prefeitura da Cidade do Recife: "Criada no ano de 1980, a Frevioca foi um dos primeiros projetos da Fundação de Cultura Cidade do Recife. Montada na carroceria de uma caminhonete pelos cenógrafos do Teatro de Santa Isabel, Jair Miranda e Mestre Zezinho, e a equipe de carpintaria da época, coube à Frevioca a importante missão de resgatar o carnaval de participação do centro do Recife.
Pesquisa de textos de Clóvis Campêlo
As orquestras eram poucas para atender toda a programação e a Frevioca se mostrou eficaz e animou durante anos o carnaval no coração da cidade, arrastando verdadeiras multidões. No ano de 1984 o equipamento foi adaptado, adquirindo as características de bondinho. Nos anos 1990, com a expansão do Carnaval de Rua no Recife, é construída a Frevioca II. Esta contou com a montagem do diretor teatral José Pimentel sob a supervisão do então diretor-executivo da Fundação de Cultura Cidade do Recife, Leonardo Dantas da Silva. Mais de uma década após sua criação as Freviocas, consideradas então equipamentos emblemáticos para a cidade, passaram a integrar programações diversas ao longo do ano, como o São João, natal, datas cívicas. Em 30 de junho de 2010 o vereador Estefano Menudo apresenta à Câmara Municipal do Recife um projeto de lei que concede às Freviocas I e II o título de Patrimônio Artístico e Cultural do Recife, aprovado por unanimidade entre os parlamentares".
A historiadora Maria do Carmo Andrade, em texto publicado no site da Fundaj, diz o seguinte:"A Frevioca, uma espécie de trio elétrico do Carnaval do Recife, foi criada em 1979, estreando pelas ruas do centro da cidade no carnaval de 1980. Seu idealizador, o jornalista e escritor Leonardo Dantas Silva, então recém-nomeado como o primeiro presidente da Fundação de Cultura Cidade do Recife, tinha por objetivo reviver os velhos carnavais de rua do Recife, proporcionando a presença de uma orquestra para animar os desfiles das agremiações, já que poucas dispunham de condições financeiras para isso. A primeira Frevioca era um antigo caminhão decorado, com amplificadores de som e uma orquestra composta por 32 músicos, sob a regência do maestro Ademir Araújo e o cantor Claudionor Germano. Depois, passou a ser conduzida por uma carroceria de ônibus e posteriormente por uma de bonde, marca registrada como um importante meio de transporte na paisagem do Recife antigo".
O site Dicionário Informal assim a define: "É um transporte feito especialmente para o Carnaval, e, que carrega uma orquestra de frevo. A Frevioca, uma espécie de trio elétrico do Carnaval do Recife, foi criada em 1979, estreando pelas ruas do centro da cidade no carnaval de 1980".
O pesquisador Fernando Machado, no seu blog, afirma: "O historiador Pereira da Costa define Frevioca, como: pândega, folia, divertimento; club, troça, cordão carnavalesco: "essa bem feita frevioca dos Carregadores de Piano prepara-se cada vez mais para os dias de carnaval" (Jornal do Recife n.º 50 de 1914). Já Leonardo Silva complementa: "A Frevioca é uma orquestra volante de ritmos carnavalescos que veio a se tornar o mais importante veículo de animação das ruas do Recife durante o carnaval". O novo must do Carnaval do Recife, arrasava, pelas ruas do Recife, com seus 32 músicos, sob a regência do maestro Ademir Araújo, puxada pelo cantor Claudionor Germano".
Acreditamos que com a criação da Frevioca o carnaval de rua do Recife e o frevo, que durante um certo tempo andaram claudicante e perdendo espaço para os chamados ritmos baianos, ganharam condições de competir com a forte influencia dos trios elétricos baianos. Tirou as orquestras de frevo do chão, onde o alcance das suas músicas era muito limitado, e, amplificando o seu som, colocou-as em condições de igualdade com a invenção baiana. Desse modo, as orquestras recifenses, sem alterar o seu produto musical mais autêntico, ficaram em condições de arrastar verdadeiras multidões pelas ruas da cidade, inicialmente durante o carnaval, e depois, em outras festas como o São João e o Natal.
Assim, entendemos: do mesmo modo que a orquestra do maestro Nélson Ferreira desfilando pelas ruas de Salvador, em 1951, influenciou Dodô e Osmar a criarem a fubica do trio elétrico, a consolidação do trio elétrico nos carnavais do Brasil, estimulou os criadores da Frevioca.
Talvez o carnaval multicultural seja isso aí.
in
Subscrever Pravda Telegram channel, Facebook, Twitter