Os Verdes lamentam profundamente as vítimas mortais que ocorreram devidas aos incêndios florestais e solidarizam-se com a dor e perda sentidas pelas famílias enlutadas assim como com as unidades de bombeiros envolvidas.
Portugal tem assistido nos últimos dias a novos incêndios devastadores, que nos trazem à memória os anos de 2003 e de 2005.
Uma vez mais e infelizmente este flagelo volta a encher os jornais e a imprensa de Verão, a fazer vítimas mortais e a destruir património natural e edificado.
Condições de temperaturas extremamente altas, muita vegetação que cresceu num Inverno recente e chuvoso contribuíram para criar as condições explosivas que estão a dar origem a esta vaga calamitosa de incêndios.
No entanto existem razões estruturais que não ajudam a evitar este flagelo cíclico e que se insiste em ignorar. Os Verdes elencam três medidas de longo prazo fundamentais e que não podem continuamente ser deixadas para segundo plano:
- O incentivo ao repovoamento humano do interior do país com a redinamização da agricultura familiar de pequena escala que permite uma maior presença de pessoas, compartimenta a paisagem florestal criando manchas agrícolas menos combustíveis e redinamiza a economia nacional.
- Um ordenamento florestal impedindo grandes manchas contínuas de monocultura de pinheiro e eucalipto alternando-as com manchas de floresta autóctone, mais preparada e resistente aos incêndios.
- Um efectivo combate às alterações climáticas, dando prioridade à rede de transportes públicos, nomeadamente ferroviários e promover um mais eficiente consumo energético, como principal contributo à redução de CO2 como forma de combate aos fenómenos climatéricos extremos, que são cada vez mais frequentes.
A par destas medidas de fundo é fundamental no curto prazo, que as medidas de prevenção, vigilância e combate não se restrinjam ao chamado período crítico e se mantenham operativas durante todo o ano.
Não podemos deixar de manifestar a nossa grande preocupação relativamente aos fogos em áreas protegidas e uma vez mais manifestar a nossa total oposição às sucessivas políticas de Conservação da Natureza com as reduções crónicas de orçamento, de meios materiais e humanos do ICNB cujas consequências são inevitavelmente uma menor capacidade de intervenção e prevenção dos fogos.
Os verdes manifestam ainda grande apreensão relativamente aos fogos na ilha da Madeira, não só pela perda de património natural no Parque Ecológico do Funchal e Pico do Areeiro, mas também e em grande parte pelas consequências que daí poderão advir no próximo Inverno ao ter sido destruído um dos mais importantes mecanismos naturais de retenção e infiltração de águas pluviais. Essas consequências poderão ser ainda mais graves do que as do último Inverno, pelo que Os Verdes apelam às autoridades responsáveis o maior esforço não só na reflorestação, que é por natureza um processo muito lento, mas também na implementação de medidas que possam prevenir ou minimizar, no Inverno, a acção das enxurradas.
O Partido Ecologista Os Verdes prevê visitar em Setembro as regiões mais afectadas e fazer uma apreciação mais completa dos fogos em 2010 e das suas consequências.
O Partido Ecologista Os Verdes
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