Satiricon: Lula interpreta Encólpio

"O gênio é filho da frugalidade.
Tu, cujo orgulho aspira à imortalidade,
Deves fugir de lautos banquetes, de luxos pérfidos.
Os vapores de Baco ofuscam a razão,
E a rígida virtude, diante do vício feliz,
Teme inclinar a cabeça."

Fernando Soares Campos
P or que Enclópio (ou Petrônio, o autor) teria dito isso antes de narrar sua própria "devassidão" ao participar do Festim de Trimalquião?
Creio que foi para informar aos possíveis leitores aspirantes a vestal, virgens até na imaginação tentadora, exorcistas da tentação pecaminosa, que aquilo que ele iria relatar não passaria de uma sátira de costumes.


Quando li o artigo do César Benjamin dizendo que o presidente Lula havia revelado que teria tentado subjugar um jovem preso político que se encontrava na mesma cela que ele, na tentativa de “estuprá-lo”, não tive dúvida de que teria se tratado de uma piada de Lula, e que o César Benjamin, agora rebuscando o lixo de sua memória para atacar o presidente, havia transformado a piada em dramalhão do tipo "chocou a loura burra".


No almoço em que César Benjamin diz que Lula "confessou" o tal ato degradante, ele fala do marqueteiro americano que viera trabalhar na campanha de Lula, afirmando que o gringo "Dizia-me da importância do primeiro encontro, em que tentaria formatar a psicologia de Lula, saber o que lhe passava na alma, quem era ele, conhecer suas opiniões sobre o Brasil e o momento da campanha, para então propor uma estratégia. Para mim, nada disso fazia sentido, mas eu não queria tratá-lo mal ". E conclui "Cesinha": "O primeiro encontro foi no refeitório, durante um almoço. Na mesa, estávamos eu, o americano ao meu lado, Lula e o publicitário Paulo de Tarso em frente e, nas cabeceiras, Espinoza (segurança de Lula) e outro publicitário brasileiro que trabalhava conosco, cujo nome também esqueci (grifos nossos).


Esqueceu-se de Silvio Tendler, destacado cineasta. Mas nada acontece por acaso. Por que César Benjamin "esqueceu-se" de Silvio Tendler? Ora, claro que foi para evitar que o cineasta se manifestasse contando a verdadeira história. Foi para que o Silvio não se sentisse envolvido com tão escandalosa "denúncia".


Não citando nominalmente Silvio Tendler, Cesinha imaginou que este não se sentiria na obrigação de se manifestar.
Quebrou a cara!


Silvio Tendler já respondeu às acusações de César Benjamin.
Veja o que disse Silvio Tendler:


"- Ele diz não se lembrar de quem era o 'publicitário', mas sabe muito bem que sou eu. Eu estava lá e vou contar essa história..."
Tendler confirma o que milhões de brasileiros já desconfiavam sobre o dramalhão que César Benjamin fez em cima da piada de Lula.
"- Era óbvio para todos que ouvimos a história, às gargalhadas, que aquilo era uma das muitas brincadeiras do Lula, nada mais que isso, uma brincadeira. Todos os dias o Lula sacaneava alguém, contava piadas, inventava histórias. A vítima naquele dia era um marqueteiro americano. O Lula inventou aquela história, uma brincadeira, para chocar o cara... só um débil mental, um cara rancoroso e ressentido como o Benjamin, guardaria dessa forma dramática e embalada em rancor, durante 15 anos, uma piada, uma evidente brincadeira..."


Por que César Benjamin, hoje, quinze anos depois, prefere assumir o papel daquele personagem de programa humorístico que nunca entendia a piada? Se você não sabe a resposta, leia os últimos parágrafos da postagem imediatamente anterior a esta.


Em 2007, escrevi uma crônica intitulada "Frustração de infância", publicada em diversos portais. Trata-se de uma sátira de costumes, na qual, como narrador-personagem, "assumo" que vibrei com o assassinato de minha professora pelo seu marido, até acuso o cara de ter me roubado "o direito de matar minha professora". Uma evidente sátira, comentada por diversos leitores, entre eles alguns professores. Muitas foram as análises, por onde a crônica passou... Em geral elogiosas.


Mas também tivemos esse caso aqui:
“Caro Fernando Soares

O site Novae foi, ao longo dos últimos cinco anos, minha página inicial na internet. Antes de ler as baboseiras que a “grande mídia” traz, lia as vossas matérias. Fiquei impressionado pelo enfoque crítico destinado à revista Veja e à Folha de São Paulo. A cobertura de diversos assuntos foi muito esclarecedora e engajada, forte mesmo. Imprimi, não sei quantas vezes, a matéria "Laboratório de invenções da elite" para distribuir entre familiares e amigos. Soube, por intermédio destes, que o conteúdo estava sendo usado por professores da área de jornalismo.


No entanto, seu texto "Frustração de infância" poderia fazer parte de quaisquer dos periódicos por este site combatidos .[Ele quer dizer que o meu texto é reacionário, pois os textos dos colaboadores da NovaE, em geral, expressam caráter humanista].
Além de ser um escrito de péssima qualidade, fere uma das profissões mais aviltadas ao longo das últimas décadas no Brasil. “Só sei que me senti frustrado por não ter matado minha professora”. Lamentável. “Mas não senti dó quandoa professora escorregou em sala de aula e fraturou a bacia. Quem mandou ela escorregar na casca de banana que deixei nas imediações do quadro-negro? Além do mais, não foi para ela que eu coloquei a casca de banana. Foi para um colega exibicionista, que sempre se apresentava para resolver as questões que a professora escrevia no quadro”. Igualmente lamentável.


Não bastasse isso, as manifestações dos leitores sustentam esta linha de argumentação. Sim, o celular deve ser banido da sala de aula pelo simples fato de causar enorme interferência neste ambiente de trabalho – como em qualquer outro. Sim, as professoras continuam "de salto alto" (não sei definitivamente o que motivou essa expressão), gritando nas escolas e nos sindicatos, para que pessoas como a senhora Glória Reis possam tacar-lhes pedras e chamar-lhes de retrógradas.


Por essas e outras, minha página inicial, a partir de agora, fica em branco. Obrigado por todos estes anos de esclarecimento.
Atenciosamente,
Guilherme Leão"
Enviei e-mail ao Guilherme: "Caro Guilherme, deixei resposta ao seu comentário à minha crônica, na revista NovaE.
Tenha um domingo de paz e muita alegria.
Abraços.
Fernando"
Dois dias depois o Guilherme me responde:
“Olá Fernando
Rapaz, que bagunça...


De fato, trata-se de um texto literário, e como tal deve ser lido com todas as licenças poéticas possíveis.
Fiquei muito chateado com o tom do comentário da leitora Glória Reis, pois já lecionei e convivo com professores que sofrem um bocado em sala de aula com celulares , mp3s, etc. Isso para não falar nos problemas da educação que nos acompanham desde sempre. O ataque dela foi muito forte neste sentido.


E isso levou ao meu desabafo. Sobrou um pouco pra ti, não teve jeito. Raiva de momento é assim mesmo.
Mas continuo a ler a revista, tranqüilamente. O trabalho de vocês continuará muito bom.


Outro abraço e boa semana,
Guilherme"
http://www.novae.inf.br/site/modules.php?name=Conteudo&pid=845
Certa ocasião o Ziraldo sugeriu que deveria ser criado o "ponto de ironia", a exemplo dos sinais de pontuação existentes e oficialmente reconhecidos: "Existe o ponto de interrogação e de exclamação, o ponto de ironia acabaria com vários malentendidos" , garante o Ziraldo.
O tal "ponto de ironia" seria parecido com o ponto de exclamação, teria apenas um ponto em cima e outro embaixo. Mas eu acho isso faria perder a graça da própria ironia, seria uma forma de embotar a imaginação das pessoas a quem nos dirigíssemos de forma irônica, a fim de fazê-las rir do que pretendemos dizer quando usamos uma figura de linguagem para expressar o contrário do que estamos falando. No entanto me parece que "intelectuais" como César Benjamin precisam de ponto de ironia para entender uma piada.


Mas o que tem a ver tudo isso com o título e a epígrafe desta postagem?
Sei lá! Isso é coisa do chato do Henfil, que de vez em quando vem aqui me obsidiar. Agora é ele e o Fausto Wolff.
Chegaram e simplesmente sopraram: "Vai, coloca isso, vai!"


Respondi: "Mas eu nem sei quem são esses tais de Encólpio e Petrônio! Quanto a 'Satiricon', só conheci o programa humorístico de TV com esse nome".


Insistiram: "Porra, cara!, tu não confias no que estamos dizendo?!", perguntou o Fausto.
"Fernando, se você não escrever isso, vou exigir que apague a frase atribuída a mim na apresentação desse blog", ameaçou o Henfil.
"Tá bem! Eu me rendo. Vai ficar lá em cima, pronto!"


Subiram.
Então, vamos voltar à vaca fria.


Em 2006 escrevi artigo intitulado "Gafanhoto Maroto", republicado na agência assaz atroz - redação como parte do artigo " Partidos mudos, partidos surdos, partidos sujos... " ( http://pressaa.blogspot.com/2009/08/haja-canalhas.html ). Através dele falo a respeito de uma conversa de Lula com César Benjamin, em 1989, sobre um caso ocorrido na campanha Lula vs Collor de Mello.
Essa foi a minha conclusão:
"De qualquer forma, senadora Heloísa Helena, imagino que V.Exa. não bebe, mas, se rezar junto com o pessoal da Globo, peça a Deus para que seu vice não saiba, pois Cesinha gosta de contar suas conversas reservadas."
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"19 de agosto de 2009: Quando Cesinha se desiludiu, sacando que não seria ele o vice de Lula, nem o próximo da lista para presidente da República, caiu fora do PT. Haja despeito! Haja inveja! Haja pavão! Haja covardes! Haja corruptos! Haja acordos de compadrio! Haja golpistas! Haja filhos da puta!"
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PressAA

http://assazatroz.blogspot.com/

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