Segundo a Tarde Online, na noite de terça-feira uma unidade prisional superlotada foi o destino dado aos sobreviventes do incêndio na cadeia de Rio Piracicaba, em Minas Gerais, que resultou em oito mortes. Sete dos detentos que estavam no local foram transferidos para a Cadeia Pública de João Monlevade, a 116 km de Belo Horizonte. O local tem capacidade para 45 presos, mas, segundo a Polícia Civil, abriga 108 reclusos e 27 albergados.
A superlotação foi, inclusive, causa de um motim no estabelecimento em outubro do ano passado. Na ocasião, apesar de os rebelados terem ameaçado agredir outros presos, não houve feridos. Ao final, 11 pessoas foram transferidas para outras unidades. Passados pouco mais de dois meses do episódio, o problema persiste.
"Aqui é superlotado. Tanto que tivemos esse motim", afirma Célia Ribeiro de Vasconcelos, juíza plantonista da comarca de João Monlevade. "E não temos condições de soltar os presos, a não ser um ou outro, mediante análise do caso, uma vez que a maioria dos crimes cometidos por eles é incompatível com a liberdade." A situação é provisória, afirma o governo mineiro. Os presos de Rio Piracicaba serão transferidos "rapidamente" para estabelecimentos prisionais com capacidade para recebê-los, segundo a assessoria de imprensa do governador Aécio Neves.
Prazo e local, contudo, ainda não foram definidos. A intenção do governo estadual é construir um presídio com capacidade para até 500 detentos na região de João Monlevade. A idéia consta da ata da audiência de conciliação da Ação Civil Pública movida em virtude da situação da cadeia onde os oito presos morreram. Para a construção, no entanto, seria necessária a doação de um terreno de 50 mil metros quadrados por parte de algum município da região.
Incêndio
O fogo na cadeia pública de Rio Piracicaba começou por volta das 20 horas de terça-feira. De acordo com a Polícia Militar, as chamas foram motivadas por um curto-circuito. Até a chegada dos bombeiros da cidade de Itabira, que fica a 40 quilômetros de Rio Piracicaba, as chamas foram combatidas por populares. O fogo mais intenso aconteceu na cela onde estavam os oito presos que acabaram morrendo. Eles se refugiaram no banheiro e sofreram intoxicação e queimaduras. Nas outras três celas havia 15 detentos que foram retirados antes que as chamas se alastrassem.
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