O chefe do Governo portuquês José Sócrates considerou que 2007 foi "um ano de recuperação e de resultados positivos para o país".
Na tradicional mensagem de Natal, Sócrates disse que no ano que agora termina, o défice orçamental ficará abaixo dos três por cento e o crescimento económico próximo dos dois por cento - "o maior dos últimos seis anos" -, o que significa que a economia portuguesa "prossegue de forma consistente uma trajectória segura de crescimento", informa SIC.
"A nossa economia fica assim mais bem preparada para enfrentar os desafios e as incertezas da economia global", sustentou o primeiro-ministro.
Além do plano da economia, Sócrates disse terem existido resultados positivos na segurança social, que afirmou ter saído da lista de países de alto risco em termos de sustentabilidade, e defendeu que se registaram progressos também nas qualificações dos portugueses.
"Temos este ano mais alunos no ensino secundário, mais 17 por cento de alunos no ensino superior e 360 mil portugueses que, estando a trabalhar ou à procura de emprego, decidiram inscrever-se no programa Novas Oportunidades para melhorarem as suas qualificações", apontou.
Quanto ao desemprego, factor que tem motivado duras críticas da oposição ao Governo socialista, Sócrates referiu-o como o problema social que mais o preocupa.
Na mensagem, o primeiro-ministro reconheceu que "ainda não foi possível reduzir a taxa de desemprego", mas insistiu que a economia portuguesa "já está a criar mais empregos do que aqueles que se perdem".
Para o efeito, Sócrates mencionou dados do Instituto Nacional de Estatística, segundo os quais, desde Março de 2005, "a economia criou em termos líquidos 106 mil novos empregos".
"Temos agora boas razões para acreditar que a criação de emprego vai prosseguir nos próximos anos", acrescentou.
Na sua mensagem de Natal, o primeiro-ministro procurou sublinhar a ideia de que, a par com a contenção orçamental, o seu executivo desenvolveu "uma nova geração de políticas sociais" e salientou que em 2008 haverá "o maior aumento do salário mínimo da década".
Como exemplos de políticas sociais, Sócrates citou o complemento solidário para idosos, as políticas de apoio à natalidade e a vacina para a prevenção do cancro do colo do útero.
"Temos a ambição de ser um país competitivo e bem inserido na economia global, mas queremos igualmente ser uma sociedade solidária que não deixe ninguém ficar para trás no desenvolvimento", frisou.
Para José Sócrates, as políticas sociais, "mais do que um imperativo político, fundam-se num imperativo moral que temos para com aqueles que precisam de nós e do espírito solidário dos portugueses".
Antes de deixar "uma palavra especial" a todos os emigrantes portugueses, aos militares e agentes de forças de segurança destacados em missões de paz internacionais, Sócrates referiu-se à presidência portuguesa da União Europeia, que termina oficialmente segunda-feira.
Segundo Sócrates, a presidência portuguesa da União Europeia "foi das mais bem sucedidas dos últimos anos".
"Nas belas palavras de um poeta e político português - Manuel Alegre - o que fizemos foi levar a língua portuguesa para a frente da batalha política. E terminámos a nossa presidência celebrando o melhor da Europa: abolindo as fronteiras internas a leste em nove Estados membros", disse.
Na perspectiva de Sócrates, Portugal deixou "uma Europa mais forte".
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