“Sabias que os grupos para esta doença (Hepatite A) são os familiares dos doentes, os homossexuais e os alunos das escolas onde ocorre esta infecção.” A frase vem num encarte, com o título “Hepatites Viricas”, tudo o que um jovem deve saber”, distribuído com o jornal “Expresso”. Este encarte é da responsabilidade da Secretaria de Estado da Juventude. Com uma tiragem de 150 mil exemplares, esta barbaridade científica foi divulgada a dezenas de milhares de jovens. Há mais de duas décadas que se sabe não existirem, em doenças como a SIDA e a hepatite, grupos de risco, mas sim comportamentos de risco. No caso da hepatite A – que se calcula ter atingido de 20% a 30% da população e que afecta sobretudo crianças – a relação da homossexualidade com o risco de contágio é ainda mais incompreensível. A Hepatite afecta os homossexuais ou heterossexuais que não tomem as devidas precauções. E, caso o Secretário de Estado da Juventude desconheça, as relações anais (mais propícias ao contágio da hepatite A) não são exclusivas da homossexualidade. A publicação, que pretende ter uma função pedagógica, acaba por disseminar um preconceito discriminatório e inaceitável num organismo de Estado. O Bloco de Esquerda vai pedir ao governo esclarecimentos sobre a brochura e a razão deste infeliz “esclarecimento” aos jovens portugueses.
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