Segundo o Diário de Natal, o senador Cristóvam Buarque (PDT-DF) esteve ontem em Natal para proferir a palestra Desenvolvimento Econômico através da Educação, o tema central da 48ªConvenção Nacional do Comércio Lojista, que acontece no Centro de Convenções. Em rápida entrevista à imprensa, após sua fala para um auditório lotado, o senador pedetista afirmou que falta educação à classe política brasileira. Essa não tem mais jeito. A gente tem que educar o povo para eleger políticos capazes de levar adiante essa revolução. Se eu acreditasse que através do parlamento eu faria essa revolução, eu não estaria aqui com vocês. Porque eu não estou vendo como fazer isso lá no Congresso, afirmou, referindo-se às suas caminhadas, palestras e debates feitos em nome do que tem chamado de Educação Já.
Sobre o momento vivido pelo Senado e as três representações que ainda tramitam no Conselho de Ética contra o presidente da Casa, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), Cristóvam Buarque disse não saber se essas redundarão na cassação, diferente da primeira, na qual Renan foi absolvido. Mas eu acho que a gente perdeu a grande chance de fazer isso duas semanas atrás. Vai ficar cada vez mais difícil ele perder, informou. Embora o PDT faça, atualmente, parte da base de apoio do presidente Lula, ele votou pela cassação de Renan Calheiros.
Na opinião do senador Cristóvam Buarque, diante dessa grave crise, o Senado está parado, não interage com os problemas e discussões nacionais. O primeiro passo a ser dado, de acordo com ele, é o afastamento de Renan Calheiros da presidência. Precisamos resolver o caso do Renan. Porque, enquanto ele estiver como presidente, a opinião pública vai entender que o Senado que aí está foi tolerante com um caso no mínimo inexplicável, argumentou. Vencido esse processo, o senador pedetista defende que o Senado adote uma agenda positiva para passar a discutir temas que interessem ao povo de um modo geral, para que a Casa exerça o seu papel de defensora das causas populares. O Senado, hoje, é um ausente no Brasil, disse.
Eleito senador em 2002, pelo PT, Cristóvam Buarque foi ministro da Educação em 2003 e 2004. Após as denúncias do mensalão e da primeira grande crise do governo Lula, ele deixou o ministério e trocou de partido. No PDT, ele passou a integrar a oposição, tendo sido inclusive candidato à presidência da República, defendendo como principal bandeira a educação. Neste segundo mandato do presidente Lula, o PDT integrou a base. Eu creio que, até aqui, não foi um erro. Mas, se nós nos descaracterizarmos sendo do governo, nós estaremos cometendo um pecado muito grande contra o futuro do Brasil. Nós podemos até estar dentro, mas não podemos nos descaracterizar, afirmou Cristóvam Buarque.
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