Para além do PCP, também a Comissão Executiva da CGTP e a Comissão Permanente da Renovação Comunista emitiram comunicados de homenagem a José Vitoriano no dia em que faleceu este destacado sindicalista, resistente-antifascista, militante comunista e deputado, que passou 17 anos da sua vida nos cárceres da ditadura de Salazar. A CGTP, cuja direcção integra pessoas afectas principalmente ao PCP, mas também ao Partido Socialista e ao Bloco de Esquerda, evocou José Vitoriano como alguém "profundamente identificado com os problemas dos trabalhadores" e que "lutou abnegadamente, durante toda a sua vida, pela emancipação da classe trabalhadora e pela melhoria das suas condições de vida".
A maior central sindical portuguesa sublinhou que José Vitoriano "foi um importante precursor da luta sindical anti-corporativa, ao ser Presidente da Direcção do, então, Sindicato dos Corticeiros do Distrito de Faro, de 1945 a 1948, tendo sido reeleito para um segundo mandato que não chegou a cumprir, por ter sido imposto pelo fascismo, a este sindicato, uma Comissão Administrativa".
Já a associação política Renovação Comunista, fundada por comunistas excluídos do PCP, afirmou que o falecimento de José Vitoriano constituiu " um momento de luto para todos os comunistas portugueses". Acrescentando que "para além do luto, José Vitoriano deixa a todos os comunistas portugueses uma referência de luta, a continuar, pela liberdade e pela justiça social, pelo comunismo".
No funeral de José Vitoriano, coube ao actual secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, ler um elogio fúnebre em que recordou a coragem e o carácter de Vitoriano para "resistir aos esbirros que o prenderam, maltrataram e torturaram sem claudicar perante os torturadores» e o facto de ter passado 17 anos nas prisões, "sem que o seu ânimo desfalecesse". Para Jerónimo de Sousa, José Vitoriano era "um exemplo nobre do comunista que não o era para satisfazer ambições nem interesses pessoais, nem proventos ou privilégios, antes o comunista com um ideal libertador, com uma conduta revolucionária que sempre considerou até ao fim da vida a acção política como uma forma de servir os trabalhadores, servir o povo, servir o País".
Destacada pelo secretário-geral do PCP foi a dimensão humanista de José Vitoriano. "Dizia ele, porque não tinha inimigos pessoais, que não sabia se isso era uma qualidade ou um defeito". E evocou o antigo secretário-geral do PCP, Álvaro Cunhal, que no momento da comemoração do octogésimo aniversário de José Vitoriano terá dito "que se desejasse ser parecido com alguém desejaria ser como José Vitoriano". Como exemplo da determinação de José Vitoriano em prosseguir a luta, Jerónimo de Sousa destacou o "último esforço" feito pelo histórico militante comunista em votar nas eleições presidenciais do passado dia 22 de Janeiro, quando já se encontrava muito debilitado. Luís CARVALHO
Subscrever Pravda Telegram channel, Facebook, Twitter