Forças israelitas mataram 3000 menores palestinianos desde a Segunda Intifada
No Dia Mundial da Criança, o Ministério palestiniano da Informação denunciou que as crianças da Palestina têm sido um alvo constante das forças de ocupação de israelitas. Desde a Segunda Intifada, em 2000, pelo menos 3000 foram mortas.
De acordo com o Ministério palestiniano da Informação, 12 mil crianças foram detidas pelos israelitas nos últimos 17 anosCréditos/ addameer.org
De acordo com um relatório do Ministério palestiniano da Informação, publicado por ocasião do Dia Mundial da Criança, as forças militares israelitas mataram pelo menos 3000 menores desde 2000. Neste mesmo período, 13 mil crianças palestinianas foram feridas pelos israelitas.
O documento, a que a agência Ma'an faz referência, revela ainda que cerca de 12 mil crianças palestinianas foram detidas por tropas israelitas nos últimos 17 anos. Na sua grande maioria, foram espancadas ou torturadas durante o período de detenção, permanecendo algemadas e de olhos vendados, e sendo forçadas a assinar uma confissão na ausência de um advogado ou tutor legal.
De acordo com o Addameer, grupo de defesa dos direitos dos presos, em Abril deste ano encontravam-se nas cadeias israelitas 6300 presos palestinianos, 300 dos quais são menores. No início do ano, o Addameer denunciou que as centenas de crianças mantidas nas prisões israelitas «são torturadas, maltratadas, colocadas em isolamento e forçadas a assinar confissões em hebraico, uma língua que a maioria das crianças palestinianas não entende», indica a Ma'an.
Condenados por atirar pedras
Os israelitas prenderam centenas de palestinianos todos os anos por, alegadamente, atirarem pedras como forma de protesto. De acordo com o B'Tselem, grupo israelita de defesa de direitos, entre 2005 e 2010, «93% dos menores condenados por arremessarem pedras foram condenados a penas de prisão, com uma duração que oscilava entre alguns dias e 20 meses».
Actualmente, quem for acusado de atirar pedras - muitos são menores - enfrenta duras penas, que vão dos 20 anos (se a pedra for lançada contra viaturas) aos três anos (pena mínima, no caso de a pedra ser atirada a um «israelita»).
Pobreza e trabalho infantil
Para além da violência das forças israelitas, o ministério denuncia as consequências económicas da ocupação dos territórios palestinianos, sendo que as crianças são particularmente afectadas pela pobreza, pelo abandono escolar e pelo trabalho infantil. Um relatório recente do Ministério do Trabalho estima que mais de 100 mil menores palestinianos estejam a trabalhar.
O Ministério da Informação revelou ainda que, em Jerusalém Oriental ocupada, 85% das crianças vivem abaixo do limiar da pobreza e 40% abandonam os estudos secundários - o que se fica a dever, em grande medida, à falta de salas de aulas na cidade.
A falta de condições nas escolas palestinianas - onde não existem meios e financiamento suficientes - contribuem bastante para o abandono das crianças. As escolas são, para além disso, alvo frequente de demolições e de operações por parte das forças israelitas, que assim perturbam o ambiente educativo e o bem-estar das crianças.
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