Adilson Roberto Gonçalves
De recuo em recuo, vai se comprovando que Donald Trump é apenas um rato que ruge, em inversão de papéis com Peter Sellers. A realidade vai se impondo ao universo paralelo que ele criou. Quiçá seja completamente demovido de suas asneiras antes de causar males ainda maiores.
No filme “O rato que ruge” de 1959, dirigido por Jack Arnold em plena Guerra Fria, o personagem de Seller é o líder de um país falido que declara guerra contra os Estados Unidos para, depois que sair derrotado, avocar sua reconstrução e, com isso, recuperar a economia. Uma crítica ao Plano Marshall de reconstrução da Europa.
Agora a doidivana que ocupa a Casa Branca parece não saber o que fazer, além de defender seus interesses pessoais. Sim, os russos sempre foram parceiros declarados ou ocultos de Donald Trump, ajudando com financiamentos, compras de caráter duvidoso, sem contar a ação dos hackers russos na eleição presidencial norte-americana de 2016.
A Suprema Corte de lá já começou a barrar algumas medidas do presidente, cuja popularidade também tem caído nesses dois meses de desgoverno. As barreiras comerciais são seus moinhos de vento, mas as indicações de tais medidas estarem provocando recessão podem levar a mudanças drásticas. Até os bilionários que habitam folgadamente o Salão Oval não gostaram do prejuízo que tiveram na semana.
A título de comparação, o que segurou um pouco o desmonte do estado brasileiro promovido por Jair Bolsonaro foi nossa Suprema Corte, já que o mandatário entregou o orçamento ao Congresso Nacional para se garantir no poder, na esteira do que havia iniciado seu antecessor. Será a Justiça norte-americana a que também freará o ímpeto de Donald Trump em sua política de destruição generalizada? É difícil, dada a composição conservadora atual, mas ela nos dá algum alento pelo que acabou de decidir em relação à Usaid.
Adilson Roberto Gonçalves, pesquisador da Unesp – Rio Claro-SP
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