O discurso anual de Putin na Assembléia Federal está agendado para 30 de setembro. Fontes do Kremlin dizem que ele se tornará ainda mais histórico e globalmente importante do que o discurso de 2014 para o retorno da Crimeia.
A mídia de massa e os especialistas fazem suas próprias sugestões sobre o conteúdo do discurso de Putin que ele vai apresentar à Assembléia Federal em 30 de setembro.
Há uma série de versões:
Até 30 de setembro, os resultados dos referendos nas regiões de Donbas, Kherson e Zaporozhye (Zaporizhzhia) serão resumidos. As administrações dos novos territórios e da Rússia trabalharão então no registro legal do procedimento para fazer com que estes estados se tornem parte da Rússia, como era anteriormente o caso da Crimea.
A única diferença é que a Crimeia tinha fronteiras claramente definidas antes e depois do referendo, enquanto que os atuais candidatos ao status de sujeito da Federação Russa não têm controle total de suas antigas fronteiras administrativas.
Além disso, a questão das novas fronteiras da Rússia também é importante porque a ocupação por tropas estrangeiras (ucranianas) do território da Rússia (de acordo com a lei "Sobre a lei marcial") é um sinal de agressão externa. Esta razão serve como base para a implementação da lei marcial.
O que os especialistas esperam do discurso de Putin de 2022
"A situação é muito complicada e difícil, na minha opinião. A Rússia está enfrentando um desafio colossal neste momento, e me parece que Putin vai dizer que "nosso país está em perigo". Parece-me que é preciso criar um comitê de defesa do Estado que mudaria toda a economia para caminhos diferentes", disse Leonid Krutakov, um cientista político, publicista, professor associado da Universidade Financeira sob o Governo da Rússia, ao Pravda.Ru.
"Você não pode combater o mundo inteiro ou o Ocidente no momento em que todas as suas entidades econômicas dentro do país atuam como contrapartes do inimigo - o mercado global baseado no modelo ocidental". Não importa o sucesso de nossas ações na frente, seremos esmagados tanto mental quanto economicamente". Portanto, é esta mensagem que eu gostaria de ouvir do presidente", disse o especialista.
"Quando a Crimea voltou à Rússia, eu disse que não devemos parar, precisamos resolver a questão globalmente". Quando os acordos de Minsk foram concluídos, eu disse que era um erro, que tínhamos que ir a Kyiv, porque o exército ucraniano não estava pronto. Era impossível deixar esta questão suspensa", acredita Leonid Krutakov. "Gostaria de ouvir o presidente falar sobre medidas decisivas, sobre o futuro do país", acrescentou o especialista.
A Rússia na encruzilhada: Escalada ou compromisso
"Hoje, a administração russa está em uma encruzilhada: podemos seguir o caminho da escalada para alcançar os objetivos da operação especial, ou pensar em um compromisso com o Ocidente e a Ucrânia. Creio que é muito cedo para falar sobre a retomada do diálogo", disse Andrey Kortunov, diretor geral do Conselho Russo para Assuntos Exteriores, ao Pravda.Ru.
"Penso que em seu discurso Putin anunciará medidas que podem vir por muito tempo, tais como a convocação parcial e os referendos". Há também o aprofundamento da atual crise nas relações entre a Rússia e o Ocidente". As "opções" acima estão de fato presentes, mas ainda não sabemos até onde o líder russo está pronto para seguir no caminho da escalada", disse o especialista.
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