Reino Unido poderia ser acusado de torturar Assange, alertam médicos
Londres, 26 jun (Prensa Latina) Latina) O governo britânico poderia ser acusado de tortura psicológica no caso do fundador do Wikileaks, Julian Assange, advertiram 216 médicos de 33 países em uma carta que circula hoje aqui.
Os assinantes do comunicado publicado na revista especializada The Lancet recordaram que o jornalista australiano é mantido em confinamento solitário 23 horas do dia na prisão Belmarsh, depois de ter negado seu direito a esperar em liberdade condicional o resultado do julgamento de extradição promovido pelos Estados Unidos. Também denunciam que Assange corre o risco de se contagiar com Covid-19 na prisão, onde as medidas de distanciamento social vigentes pela pandemia, agregam, lhe impedem de se reunir com advogados para preparar sua defesa.
'O isolamento e a falta de estimulação são táticas de tortura psicológica capazes de provocar desorientação, instabilidade e desespero grave, além de afetar funções mentais essenciais', afirma o grupo Doutores por Assange.
O texto enfatiza que diversas organizações de direitos humanos exigem a libertação do ciberativista e se opõem a sua eventual extradição aos Estados Unidos, cujo governo quer julgá-lo por divuglar no Wikileaks centenas de milhares de arquivos secretos da diplomacia e do Exército norte-americanos.
Doutores por Assange lembra também que o Relator Especial das Nações Unidas para a Tortura e outros Castigos ou Tratamentos Desumanos ou Degradantes, Nils Melzer, o visitou em Belmarsh em maio de 2019 e concluiu que Assange estava sendo torturado psicologicamente.
O fundador do Wikileaks foi detido pela Scotland Yard no dia 11 de abril de 2019 na embaixada do Equador em Londres, depois do governo equatoriano ter retirado o asilo político que lhe outorgado há sete anos.
Depois de ser condenado a 50 semanas de prisão por violar uma fiança concedida em 2012 pela justiça britânica em relação a uma acusação por supostos delitos sexuais, que depois foi eliminada pela Suécia, a juíza Vanessa Baraitser determinou que Assange deve permanecer preso até que ela decida sobre a ordem de extradição apresentada pelos Estados Unidos.
A audiência, que começou no final de fevereiro passado em uma corte próxima ao cárcere de Belmarsh com a apresentação dos alegatos preliminares por parte da defesa e dos promotores estadunidenses, foi adiada para setembro devido à pandemia de Covid-19.
De for entregue aos Estados Unidos, Assange poderia ser condenado a 175 anos de prisão, por 18 acusações, que incluem desde conspiração para cometer espionagem até pirataria informática.
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