'Única Graça Salvadora deTrump, Fazer as Pessoas Rir': Peter Kuznick

'Única Graça Salvadora deTrump, Fazer as Pessoas Rir': Peter Kuznick  

"As pessoas olham para os EUA como um Estado falido liderado por um palhaço, e riem de cidadãos americanos, ou têm pena deles", indigna-se o historiador americano Peter Kuznick, em mais uma conversa exclusiva com Pravda Brasil, enquanto o novo coronavírus espalha-se cada vez mais nos Estados Unidos, deixando um numero de mortos nao visto nem em tempos de guerras do pais. 

"Pelo menos, a noção de 'excepcionalismo americano' foi finalmente desfeita", aponta o diretor do Instituto de Estudos Nucleares da Universidade Americana de Washington D.C. 

"Infelizmente, os Estados Unidos provaram ser líderes mundiais em uma área: o número de casos de COVID-19, e o número de mortes dele resultantes. Esse não é o tipo de excepcionalismo que alguém queria, ou imaginava ser possível," lamenta o analista de renome internacional, autor de diversos livros, e co-autor com o cineasta Oliver Stone de A História Não Contada dos Estados Unidos.

 

Os EUA, epicentro mundial da pandema do coronavírus desde 26 de marco, fecharam este domingo (17) com nada menos que 1.527.664 casos de contágio e 90.978 mortos desde que o primeiro caso de infecção foi constatado no pais norte-americano, em 20 de janeiro deste ano. 

Enquanto isso, o presidente Donald Trump segue obstinado em levantar o lockdown ao invés de focar-se no urgente aumento de testes no país, dramaticamente insuficientes, e em providenciar mais insumos médicos tas como respiradores e ventiladores, totalmente escassos no centro do capitalismo global. 

Para Kuznick, tal escassez deve-se ao fato de que os capitalistas lucram exatamente com ela, não possuindo produtos ou capacidades excedentes. "Eles não planejam crises ou desastres para quando, se necessário, ter estoques e suprimentos extras", diz o analista. 

"A falta de ventiladores, máscaras e testes em todo o mundo é um exemplo atutal. A segurança global começa com alimentos e saúde", acrescenta Kuznick nesta entrevista concedida de sua residencia, em Bethesda (Maryland) ao jornalista brasileiro Edu Montesanti

 

Em menos de quatro meses desde o início do primeiro contágio pelo coronavírus, já há mais de 30 milhões de desempregados nos Estados Unidos. E espera-se que, em um futuro muito breve, 43 milhões de cidadãos fiquem sem seguro de saúde, vinculados ao emprego no país norte-americano

Sob um sistema que favorece e incentiva a maximização do lucro, transformando tudo em negócio inclusive dreitos básicos tais como educação e saúde, o caos hospitalar está instalado nos Estados Unidos desde meados de março assim como em praticamente todo o mundo, por conta do número de pacientes internados pelo COVID-19. "Charlotte Perkins Gilman, descreveu o capitalismo como um sistema que joga comida fora enquanto as crianças passam fome," relembra Kuznick.

 

Para o combate ao coronavírus, Trump aprovou até agora quatro pacotes de ajuda econômica, "decepcionantes e até escandalosos" para o docente da Universidade Americana, que faz coro com a grande maioria dos setores progressistas dos Estados Unidos. 

 

"Mais uma vez, uma parcela desproporcional foi destinada às grandes corporações e aos ricos", avalia o pesquisador, que considera que a humanidade enfrenta um momento profundamente critico, "entre as ameaças de guerra nuclear, mudança climática, pandemias e empobrecimento generalizado".

 

"Que tipo de monstro criamos? As elites dominantes, apoiadas por seus exércitos públicos e privados, travam uma guerra contra os pobres da Terra há séculos. O que o perverso Trump brasileiro, o presidente Bolsonaro está fazendo agora com a Amazônia é apenas o exemplo mais recente.", observa Kuznick na conversa a seguir, quem ainda comenta o caos mundial da cadeia de alimentos, e o assustador aumento da fome diante da pandemia.  

Nas proximas linhas, a íntegra de mais uma conversa exclusiva de Peter Kuznick com Pravda Brasil.

Edu Montesanti: Historiador de renome mundial, professor Doutor Peter Kuznick, muito obrigado por, novamente, juntar-se a nossas discussões particularmente agora, em um momento extremamente difícil para a humanidade.


Desde que conversamos pela última vez no final de março sobre a pandemia, exatamente quando os Estados Unidos haviam acabado de se tornar o epicentro mundial do novo coronavírus, este espalha-se pelos EUA de forma ainda mais dramática que quando conversamos semanas antes. E agora, existem mais de 30 milhões de desempregados no País.

Quando o senhor nos concedeu aquela entrevista, criticou fortemente a resposta do presidente Trump à pandemia. Entre outras observações, o senhor disse: 

 

"O desempenho dele tem sido vergonhoso".


Como o senhor avalia o desempenho de Donald Trump desde então, e por que o vírus tem crescido ainda mais, vertiginosamente nos Estados Unidos nestas semanas?

 

Peter Kuznick: Temos um problema nos Estados Unidos em descrever o desempenho de Donald Trump na atual crise. Simplesmente ficamos sem adjetivos negativos. O que era "vergonhoso" em março é, agora, uma combinação de catastrófico, idiota, digno de pena, assustador e letal.

 

Talvez a palavra "Trumpiano" entre no léxico americano, e seja definida como o comportamento mais covarde, surdo, auto-lisonjeiro, antipático, ignorante, desonesto e totalmente incompetente que se possa imaginar.

 

O problema não é simplesmente que Trump perdeu dois meses brincando enquanto Roma queimava quando ele poderia ter tomado medidas para limitar o impacto da pandemia, o problema é que ele não aprendeu com seus erros, nem corrigiu seus erros e inações iniciais.

 

Para surpresa de muitos que esperavam que o presidente autocrático assumisse o máximo de poder possível diante da crise, ele não exerceu os poderes de emergência que tem para comandar a economia e ordenar a produção de testes, equipamentos e equipamentos de proteção pessoal que o País precisa, desesperadamente.

 

Talvez ele tenha mais medo de mostrar que o governo pode mesmo ajudar a resolver problemas, que a possibilidade de dezenas de milhares de pessoas morrerem desnecessariamente como resultado de sua inação.

 

Os EUA ainda estão fazendo apenas uma fração dos testes que todos os especialistas concordam que é necessário para controlar o vírus, e levar as pessoas de volta ao trabalho e à escola, mesmo que Trump tenha declarado há mais de dois meses que todo mundo que precisa de um teste, pode fazer um teste. Assim, suas mentiras sobre testes e sua satisfação pelo excelente trabalho que seu governo está fazendo, tornam-se mais desesperadas e hiperbólicas a cada dia.

 

Além disso, ele dá os conselhos mais perigosos, "tome a hidroxicloroquina para acelerar a cura", e oferece as narrativas mais assustadoras e absurdas, como beber água sanitária para matar o vírus. Não é de se admirar que todas as pesquisas, incluindo as internas de seu próprio partido, mostrem-no rastejando atrás de Joe Biden, e por uma margem considerável. Os republicanos estão preocupados com a perda do Senado também, graças à falta de sensibilidade e incompetência de Trump.

 

Lembro-me do destino do presidente que supervisionou o início da última depressão dos EUA, Herbert Hoover. Ao contrário de Trump, Hoover era pelo menos um engenheiro de mineração internacional altamente competente e inteligente, e um prestador de assistência em tempos de guerra. A palavra "Hooverizar" entrou no léxico após seus enormes esforços de socorro da era da Primeira Guerra Mundial, que significavam economizar para um propósito nobre, uma tentativa fracassada de estabilizar a economia.

 

Mas Hoover era visto como frio e indiferente diante do sofrimento e do desespero. E ele foi espancado nas pesquisas por Franklin Delano Roosevelt. Trump, por outro lado, é o homem menos competente e inteligente a ocupar o Salão Oval em mais de um século, por ser totalmente insensível diante da miséria humana. Sua única graça salvadora é que faz as pessoas rir. Ele se tornou objeto de desprezo e escárnio ao redor do mundo.

 

As pessoas olham para os EUA como um Estado falido liderado por um palhaço, e riem de cidadãos americanos, ou têm pena deles. Pelo menos, a noção de "excepcionalismo americano" foi finalmente desfeita.

Infelizmente, os Estados Unidos provaram ser líderes mundiais em uma área: o número de casos de COVID-19, e o número de mortes dele resultantes. Esse não é o tipo de excepcionalismo que alguém queria, ou imaginava ser possível.

O presidente Trump assinou quatro pacotes de alívio diante do coronavírus, totalizando três trilhões de dólares. No entanto, tem havido fortes críticas sobre esses pacotes dentro do País.


Especialmente a congressista Alexandria Ocasio-Cortez (AOC) criticou profundamente a lei de alívio de 484 bilhões de dólares, aprovada em 23 de abril. Ela votou contra, sugerindo que os legisladores do Partido Republicano não estão fazendo outra coisa senão servir aos interesses dos ricos e corporativos das grandes empresas enquanto, ela disse, eles continuam lutando contra propostas econômicas substanciais que atendam às necessidades das famílias da classe trabalhadora, pessoas de baixa renda, pequenas empresas e todos aqueles que estão pagando o preço mais alto causado pela pandemia.


Vários grupos progressistas americanos enviaram uma carta aos legisladores democratas, exortando-os a votar contra os projetos de lei dos republicanos pois, segundo eles, não coloca as necessidades das pessoas, das famílias e da Main Street business à frente dos interesses corporativos.

O que você acha desses pacotes, doutor Kuznick?

 

Do ponto de vista progressista, os projetos de lei aprovados até agora são decepcionantes e até escandalosos. Os republicanos aprenderam algo com o plano de resgate de Obama aos bancos, em 2009. Eles pelo menos parecem que estão distribuindo o dinheiro do resgate para ajudar os desempregados e as pequenas empresas.

 

Mas, mais uma vez, uma parcela desproporcional foi destinada às grandes corporações e aos ricos. Os republicanos, liderados por Trump lutaram contra a transparência e a prestação de contas. Os democratas corporativos ou centristas estão dispostos a ir junto. Os democratas progressistas ofereceram mais resistência.

 

A resposta tem sido totalmente inadequada até agora, e pouco fez para aliviar o sofrimento dos trabalhadores. O desemprego disparou aos níveis desde a década de 1930, o que é particularmente devastador nos EUA onde o seguro de saúde da maioria das pessoas está irracionalmente ligado ao trabalho.

 

Há uma batalha se aproximando da próxima rodada de resgates, e quanto fornecer aos governos estaduais e locais que carregaram o peso das despesas no combate à pandemia, mas não podem simplesmente imprimir dinheiro ou gerar déficits enormes da maneira como o governo federal pode.

 

Agora, os republicanos, que concederam uma redução de trilhões de dólares aos americanos mais ricos, estão subitamente preocupados com déficits, e usando isso como desculpa para a inação. Mas medidas adicionais de socorro são inevitáveis. A questão é quem é socorrido.

 

 

De que maneira o neoliberalismo, e o sistema capitalista como um todo podem ser responsabilizados pela situação caótica em todo o mundo atualmente, dante dessa pandemia? 

 

Muitos estão culpando o neoliberalismo: o senhor vê um problema estrutural do capitalismo ou um sistema reformado pode resolver os problemas do mundo e, especificamente, relacionado ao coronavírus?

 

A grande pensadora feminista americana do final do século XIX e início do século XX, Charlotte Perkins Gilman, descreveu o capitalismo como um sistema que joga comida fora enquanto as crianças passam fome. Ela também condenou a vasta desigualdade de riqueza que caracterizou o período dos barões e plutocratas ladrões.

 

Mas ela mesma não podia imaginar um mundo em que as oito pessoas mais ricas tivessem mais riqueza do que os 3,8 bilhões mais pobres que temos agora, em que o umpor cento mais rico tem o dobro da riqueza dos noventa por cento inferiores. O problema cresceu para proporções inimagináveis, e isso ocorre projetadamente.

 

É resultado de quatro décadas da pior forma de capitalismo predador neoliberal que começou com Ronald Reagan e Margaret Thatcher, e tem persistido amplamente até hoje. É baseado na crença de que nada deve conduzir o comportamento corporativo, exceto a maximização do lucro.

 

Desta maneira, as empresas de energia acumulam grandes fortunas destruindo o meio ambiente e o clima, sendo recompensadas e não punidas. Os empreiteiros da defesa e os fabricantes militares lucram com a guerra e a matança. O setor de saúde lucra com doenças humanas. A ganância não tem limites.

 

Que tipo de monstro criamos? As elites dominantes, apoiadas por seus exércitos públicos e privados, travam uma guerra contra os pobres da Terra há séculos. Rebeliões e resistência foram esmagadas. As empresas invadiram a natureza, saqueando a riqueza natural do nosso planeta.

 

O que o perverso Trump brasileiro, o presidente Bolsonaro está fazendo agora com a Amazônia é apenas o exemplo mais recente. A destruição de habitats naturais combinada com os efeitos do aquecimento global, colocou as pessoas em contato mais próximo com animais selvagens, aumentando ainda mais o risco de doenças como o COVID-19.

 

Vemos serviços sociais, incluindo assistência médica, destruídos em todo o mundo em nome da livre empresa e da cobrança de dívidas. Os hospitais também são administrados com base na maximização dos lucros. São negócios movidos pelos mesmos motivos que qualquer outro negócio.

 

Em tempos normais, o excesso de capacidade que é tão obviamente necessário em uma crisel reduz a margem de lucro. Agora estamos sofrendo as consequências. Não vejo esse sistema sendo reformado.

 

Precisamos edificar sobre a base construída por milhões de trabalhadores ao longo dos séculos, e administrar essa economia baseada no atendimento das necessidades da sociedade e na maximização do bem social, não com base na ganância privada e na acumulação de riqueza. Alguma forma de socialismo democrático deve emergir dessa catástrofe.

 

 

Especialistas de todo o mundo têm diferido ao prever que novo mundo emergirá desse caos causado pela pandemia. Em cinco meses desde que o coronavírus atingiu a China, o mundo está enfrentando uma crise econômica comparável, para muitos, à Grande Depressão de 1929. O que você espera para o mundo, professor doutor Kuznick?

 

A humanidade está realmente em uma encruzilhada. Entre as ameaças de guerra nuclear, mudança climática, pandemias e empobrecimento generalizado, a crise existencial alcançou proporções épicas.

 

Quando o ex-vice-presidente Henry Wallace foi expulso do gabinete de Truman em setembro de 1946, removendo a última esperança de impedir a Guerra Fria e a corrida às armas nucleares, ele discursou na rádio nacional explicando as apostas para a humanidade naquele momento crucial. Ele disse: 

 

"Ganhar a paz é mais importante que altos cargos... O sucesso ou o fracasso da nossa política externa significará a diferença entre a vida e a morte dos nossos filhos e netos. Significará a diferença entre a vida e a morte de nossos civilização. Pode significar a diferença entre a existência e a extinção do homem e do mundo". 

 

Wallace estava certo.

 

Perdemos a paz para os defensores da guerra, e tivemos a sorte de sobreviver pelo tempo que tivermos. Mas nosso comportamento destrutivo causou estragos em nosso pequeno e cada vez mais frágil planeta. A humanidade enfrenta hoje uma escolha semelhante à que Wallace delineou 74 anos atrás.

 

É por isso que alguns de nós estão divulgando o Manifesto Global de Solidariedade COVID-19. Estamos tentando reunir pessoas de todo o mundo para lutar por um tipo de mundo pacífico e compartilhado que permita que todos alcancem seu potencial criativo - e não aquele que saqueia e explora as massas para enriquecer uns poucos. O mundo em que nos depararemos depende de nós.

 

Os "líderes" revelaram-se não estar à altura da tarefa. Eles estão, cada um, brincando de utilizar-se disso para melhorar sua própria estatura, prestígio e poder nacionais. O que precisamos é de líderes que falem pelo planeta ou pelas pessoas da terra para resolver o problema com suas próprias mãos.

 

O futuro será utópico ou distópico. Se continuarmos no mesmo caminho que estávamos seguindo antes desta atual crise, o futuro será sombrio. Mas se um número suficiente de pessoas acordar da insanidade que caracterizou os negócios anteriores ao COVID-19, como sempre, ainda há esperança.

 

Os super-ricos e poderosos estão usando a crise para conquistar uma parcela ainda maior da riqueza do mundo. Eles estão criando novos meios de repressão para tornar isso possível. Não devemos deixá-los obter sucesso. É hora de todas as nações trabalharem juntas para garantir um tipo diferente de futuro.

 

Em 1942, no meio da Segunda Guerra Mundial, o Presidente Roosevelt apresentou uma visão pós-guerra de quatro "policiais", os EUA, a União Soviética, a Grã-Bretanha e a China, mantendo a paz e a segurança no mundo pós-guerra. Não precisamos de policiais, mas de liderança colaborativa em escala global.

 

O que temos agora é uma briga de cachorro comendo cachorro, com novas guerras frias emergentes entre EUA e China e EUA e Rússia, e uma guerra quente iminente entre EUA e Japão. Os líderes mundiais estão aplicando um conceito de geopolítica e segurança nacional do século XX a um mundo do século XXI, no qual as ameaças são de natureza fundamentalmente diferente.

 

Trump é, certamente, o principal instigador, mas tem muitos cúmplices.

 

 

A ONU prevê que 2020 terminará com mais 130 milhões de pessoas morrendo de fome, de maneira que teremos quase um bilhão de pessoas famintas no mundo.


De que maneira as medidas para conter a disseminação do vírus ressaltaram a extrema vulnerabilidade da cadeia global de suprimento de alimentos?

 

A pandemia atual não apenas trouxe à tona a vulnerabilidade da cadeia global de suprimentos alimentares, como também deixou clara a vulnerabilidade de toda a cadeia global de suprimentos, além de alimentos, manufatura, produtos farmacêuticos e assistência médica.


Os capitalistas lucram com a escassez, e não possuem produtos ou capacidades excedentes. Eles não planejam crises ou desastres para quando, se necessário, ter estoques e suprimentos extras. A falta de ventiladores, máscaras e testes em todo o mundo é um exemplo atutal. A segurança global começa com alimentos e saúde.


Henry Wallace entendeu isso melhor que ninguém. Ele era de uma grande família agrícola de Iowa. Seu pai foi secretário de Agricultura na década de 1920. Henry foi secretário de Agricultura de Franklin Roosevelt durante o New Deal. Ele restaurou a produção agrícola americana, e também trabalhou como geneticista de plantas. Era o milho híbrido que acabaria alimentando o mundo. Ele entendeu a conexão íntima entre comida e paz, melhor que ninguém.


Mas agora, a produção agrícola está sendo interrompida assim como as cadeias de suprimentos globais que distribuem os alimentos. Há pouca proteção para os trabalhadores agrícolas contra a doença. Muitos estão ficando doentes. Outros pararam de trabalhar devido ao medo de contrair a doença ou por causa do bloqueio.


O principal problema agora, no entanto, parece ser a distribuição de alimentos, e não o suprimento de alimentos. A situação é especialmente grave em zonas de conflito, países que sofrem com mudanças climáticas e os que já sofrem com extrema pobreza.


Mas mesmo em lugares mais prósperos, há sinais alarmantes enquanto os agricultores abatem seus próprios porcos e as fábricas de processamento de carne fecham ou despejam leite e outros produtos, por causa da demanda acentuadamente reduzida dos restaurantes.


O que realmente precisamos fazer é aprender a lição da necessidade de melhorar a nutrição durante esta pandemia. Um dos fatores que contribuem para a disparada taxa de mortalidade nos EUA são os maus hábitos nutricionais, a falta de alimentos saudáveis, disponíveis em muitas comunidades, e a resultante epidemia da obesidade em todo o país.


Então, mais uma vez, temos a oportunidade de aproveitar esta crise para fazer algo de bom. Trump declara "missão cumprida", mas a luta está realmente apenas começando.

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Author`s name Timothy Bancroft-Hinchey