Estudo aponta Brasil como novo epicentro global do coronavírus
Brasília, 7 de maio (Prensa Latina) O número total de infecções por coronavírus no Brasil, até 5 de maio, considerando os casos subnotificados, pode ser de 1.657.752, assegura uma pesquisa citada hoje pela mídia de jornais.
Segundo o estudo publicado pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, o número prevê uma variação de infecções para mais ou menos, considerando 1.345.034 casos no melhor cenário e 2.021.177 no pior.
Os números ultrapassam em muito os 125.218 casos oficiais do último boletim do Ministério da Saúde.
Outro problema é que apenas 32% dos 27 estados relatam informações completas sobre o estado da epidemia, como o número de exames disponíveis ou o número de pacientes.
Em entrevista ao jornal americano Wall Street Journal, Domingos Alves, um dos pesquisadores envolvidos no estudo, disse que os números apontam o Brasil como o 'epicentro mundial do coronavírus'.
Atualmente, os Estados Unidos são considerados o epicentro do mundo, com 1.193.813 casos oficiais confirmados e mais de 70 mil mortes, segundo o Center for Disease Control and Prevention.
Segundo o portal de notícias do UOL, a estimativa brasileira é baseada na taxa de mortalidade de Covid-19 na Coreia do Sul, país que testa a população em massa, diferentemente do Brasil que se aplica apenas em casos graves.
Utilizando o índice sul-coreano como base, o estudo adaptou a taxa de mortalidade de casos e redistribuiu-a para as faixas etárias brasileiras, atingindo 1,11% do esperado.
A taxa de mortalidade de casos ajustada representa uma taxa mais realista, ajustando o cálculo para o tempo médio entre a confirmação do caso e a morte, 10 dias, como mostra um extrato do estudo.
O atraso na aquisição dos exames e o baixo índice de isolamento social (em São Paulo, cidade mais afetada pela doença, o nível atingiu 46% em meados de abril, subindo novamente para 59 neste fim de semana), são alguns dos fatores que justificam a alta disseminação do vírus.
Protestos anti-quarentena nas últimas semanas em São Paulo, Brasília e outras cidades do país também mostram que a situação pode piorar drasticamente.
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