Notas sobre uma noite de terror na Palestina
Por Caco Schmitt
I
Duas da madrugada de domingo para segunda-feira em Ramallah, capital provisória da Palestina. Sons de briga e discussão me despertam. Estranho. Há 12 noites dormindo neste hotel de um bairro elegante nunca ouvi ruídos à noite. Poucos hóspedes e ninguém nunca chegou bêbado, falando alto. Sento na cama, de frente para a porta e de costas para a janela. Ruídos aumentando, sons de objetos sendo quebrados, gritos. Penso: são eles! Um forte estrondo confirma. A porta é arrombada e quatro soldados do exército israelense entram no quarto aos gritos e com metralhadoras e fuzis apontados para mim. Levanto as mãos, fecho os olhos e permaneço imóvel por intermináveis segundos. Berros, palavras num idioma ininteligível para mim, ponta da arma tocando meu peito. Penso: Vão me matar! Mas não escuto nenhum tiro.
Abro os olhos e começo a falar em voz alta: Brazil (com sotaque de norte-americano), Brazil! Brazil! A gritaria cessa, porém as armas seguem apontadas. Percebo a cena. Diante de mim, dois soldados com máscaras, armados ao extremo. Aos pés da cama, outro soldado; atrás, o quarto soldado mascarado com sua arma cutucando minhas costas. Com a porta aberta consigo ver neste corredor do quarto andar uma dúzia de soldados, cachorros, marretas quebrando portas, homens sendo arrancados dos quartos.
Brazil, Brazil, Brazil... Eis que chega um quinto soldado, noto que sua máscara é diferente, tem um assustador adesivo de caveira, ele segura um cachorro, que também usa máscara contra gazes adesivada com caveira humana. Ele sai, as armas seguem apontadas, marretas quebrando tudo, até que aparece um sexto soldado, um baixinho, e me pergunta em um português arrastado: "Que faz aqui?" Respondo: "Sou jornalista brasileiro, estamos filmando a Palestina". Ele me encara, ordena que eu vista uma roupa, estava só de cuecas, o que faço rapidamente e volto a me sentar na cama.
II
A ponta da metralhadora cutuca com força minhas costas por várias vezes, não me viro. O baixinho sem máscara faz sinal para que eu me levante, o que faço sem respirar para não parecer alguma reação. Dois deles começam a me empurrar com a ponta das armas. Os quatro apartamentos da minha ala do hotel, dois de cada lado do corredor, sendo revirados por soldados, paredes e forros sendo quebrados, gritos, máscaras e cachorros. Chego ao elevador, eles cutucam minhas costas e me mandam descer pelas escadas, o que faço acompanhando por dois soldados mascarados.
Enquanto sigo a escada, penso em tudo que vi nos 12 dias que estamos na Palestina ocupada, para filmar cenas do documentário "A Palestina Brasileira", do diretor e roteirista Omar Luiz de Barros Filho, produzido pela CenaUm Produções. Entrar em Israel, no dia 26 de outubro de 2016, foi extremamente difícil, um sufoco no aeroporto Ben Gurion, que fica entre Tel Aviv (a 20km) e Ramallah (a 50km).
Interrogatórios no guichê da alfândega, desconfiança, clima tenso. Um integrante da nossa equipe tentou fazer uma selfie e um soldado israelense veio interrogar. Do aeroporto para Ramallah, o primeiro sinal da ocupação militar: dois checkpoints, mas passamos livres, a revista nestes locais é só para quem vem da Palestina. Nas proximidades de Ramallah, o primeiro grande impacto: muros construídos por Israel e um mega checkpoint controlando entradas e saídas. O palestino que necessita ir a Tel Aviv, e quer usar essa estrada, sofre horas nas filas, nas revistas, e muitos são forçados a voltar. Para circular de automóvel nesta e em outras estradas controladas pelo exército israelense, só com placa amarela no veículo.
Nossa equipe, apesar de utilizar um carro alugado com placa amarela, ao tentar sair de Ramallah rumo ao aeroporto Ben Gurion, quando do retorno ao Brasil, foi bloqueada. O soldado alegou que havia muita bagagem e deveríamos passar por outro checkpoint.
III
Foi mais difícil sair de Israel do que entrar. Seguimos por outra estrada, uma grande volta desnecessária até um dos checkpoints de acesso a Jerusalém. Nova revista, perguntas e fomos na direção do aeroporto. Na entrada de Ben Gurion, outro grande checkpoint, revista, explicações, novamente apresentar passaportes, passagens etc. Ufa! Chegamos ao saguão de embarque. Estamos livres!
Engano, próximo aos balcões de check-in, o pior de todos, soldados e agentes do Mossad, serviço secreto criado em 1949, um ano após a implantação do estado de Israel. Interrogatórios mais pesados, agressivos, explicações, etiquetas separando nossas malas para revistas especiais. É óbvio, já estávamos identificados desde a nossa entrada em Israel, na filmagem de cada conflito que presenciamos e, especialmente, quando da invasão do hotel, dois dias antes do nosso retorno.
Mas a saída de Israel não acaba neste inédito checkpoint dentro de um aeroporto, a dez metros do balcão de check-in. Após emissão dos bilhetes, fomos encaminhados para um porão, onde máquinas especiais vistoriavam a bagagem de mão. Soldados e um velho agente do Mossad sentado e a tudo assistindo. Este senhor ficou intrigado com nosso rebatedor de luz, que em estado de não uso vira uma circunferência redonda do tamanho de uma pizza família. Novas explicações, poderia ser explosivo plástico. Resolvemos deixar para eles nosso instrumento de trabalho...
Seguimos para o setor de embarque. Novo sufoco, por estar carregando uma câmera na mão, um dos diretores de foto da equipe foi obrigado a entrar em uma fila separada, foi revistado, forçado a ficar de cuecas numa espécie de raios X, uma cabine misteriosa e perigosa. Após sair da cabine, ele queria seguir viagem, mas o forçaram a permanecer por 20 minutos na "quarentena", para não expor funcionários do aeroporto à radiação. Quase perdemos o voo, o avião aguardou na pista, um funcionário do aeroporto nos levou correndo até a porta do finger, na ponte de embarque. Mas a câmera ficou retida por suspeita de conter explosivo e até hoje não retornou. Uma perda valiosa. Até nunca mais, enquanto durar a ilegal ocupação da Palestina e o apartheid.
IV
A cada degrau da escada rumo à recepção do hotel no térreo, escoltado por dois soldados armados e mascarados, sem saber para onde me levavam, pensei em cada passo que demos no território palestino, por conta do nosso trabalho de visitar famílias de palestinos que emigraram para o Brasil e brasileiros que vieram para cá em busca de suas raízes. Percorremos de norte a sul do território. Fomos até Nablus, ao norte; Jericó, na divisa com Jordânia e pertinho do Mar Morto; no centro, Jerusalém e Belém; e, ao sul, Al Khalil, também conhecida por Hebron. Em poucos e dias enfrentamos intensamente o que o povo palestino vivencia todo o tempo.
A maioria permanece em suas aldeias, povoados pequenos, próximos uns dos outros, vez por outra vão a Ramallah, ou às cidades maiores. É sempre complicado transitar por um território ocupado militarmente. Revistas, reações imprevisíveis dos arrogantes e nervosos soldados israelenses, demoras, agressões, tiroteios, bombas de gás e prisões injustificadas. Até mesmo nas sextas-feiras, quando milhares se dirigem à Jerusalém, rezar na sagrada mesquita Al Aqsa, controlados por soldados nos portões de acesso à cidade velha, no acesso à mesquita, todo e qualquer movimento vigiado por helicópteros.
No segundo dia de filmagens, saímos cedinho pra Kafr Ni'ma, terra de personagens do documentário. Ao lado fica o povoado palestino de Bil'in. A menos de um quilômetro de Bil'in, existe um enorme assentamento judeu, o Kiriat-Sefer, com dezenas de prédios altos, protegido por um muro gigantesco. Um corpo estranho à paisagem de baixas montanhas, oliveiras e casas de, no máximo, dois andares. Na metade do território que pertence aos palestinos por decisão do famoso e não respeitado Plano de Partilha da ONU para a Palestina em 1947, Israel invadiu e construiu vários "assentamentos" como este que na verdade são cidades ilegais em terras palestinas. Depois de registrar muros e checkpoints para o filme, esta foi a primeira vez que as forças israelenses jogaram bombas de gás contra os manifestante e a equipe de filmagem.
V
Sexta-feira na Palestina é dia de protestar contra a ocupação militar. Acompanhamos um protesto, com a presença de ativistas de vários países, à frente do portão do grande muro. O exército jogou bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral. Todos correram. Depois, os soldados ficaram em posição de tiro até os manifestantes voltarem ao ponto de partida da marcha, a uns 400 metros da muralha.
Penso no confronto que aconteceu quando saímos de Ramallah para Jerusalém, no checkpoint da Kalândia, um antigo campo de refugiados que virou um bairro popular. Filmamos as filas de árabes passando a pé para entrar no brete da revista, uma entrada lateral ao portão, e depois retomar o ônibus adiante. E filmamos a entrada e saída de carros. Quando nos aproximamos dos portões, dois soldados apontando fuzis nos correram. Mais tarde, começamos a filmar os pedestres e uma voz de megafone gritava do alto de uma torre de controle: "What's happening there?". Na quarta vez, a frase veio acompanhada por ameaças que não entendemos, mas que, por via das dúvidas, forçaram nossa retirada.
Filmar no território palestino ocupado é perigoso. Se você ergue a câmera e aponta os soldados podem atirar e alegar que a sua câmera poderia ser uma arma de fogo. Tudo tem que ser feito com muito cuidado. E isso dentro do território palestino reconhecido pela ONU, e que nos mapas (nem todos) aparece como Cisjordânia ou Israel.
VI
Certa vez pegamos a Rodovia 60, pista dupla e bem asfaltada, na direção de Jerusalém e de Belém. Por um trajeto de 10 km só carros árabes de placa branca circulam. Nesta estrada, passamos por um checkpoint diferente. Ele não ataca os carros, tem uma torre de observação, bandeira de Israel e soldados mas, assim que se fizer necessário, rapidamente montam uma barreira para impedir a circulação de veículos.
Drones e satélites são usados para vigiar quem se movimenta. Em todo território palestino existe esse tipo de instalação pronta para barrar a movimentação. Em qualquer canto nota-se a presença de balões dirigíveis com câmeras que tudo observam, helicópteros em patrulha, torres de observação. E isso que estamos relativamente distantes da Faixa de Gaza.
Nas idas e vindas das cidades, aldeias visitadas e a capital Ramallah, sempre passamos por checkpoints, com soldados armados em atenta (assustada, eles sentem medo) vigilância. Nas proximidades de aldeias e povoados sabidamente resistentes à ocupação, torres de observação e de controle do exército israelense controlam toda movimentação nas rodovias. Quando fomos filmar as montanhas de algumas delas, fomos observados por soldados. A cada passo um soldado. Por vezes, eles bloqueiam os acessos secundários às aldeias com blocos de concreto, para impedir a passagem de veículos e concentrar a observação no acesso principal ao povoado. Sentimos essa pressão nas duas semanas que ficamos na Palestina, ela é constante e crescente. A mesma pressão que sente o povo palestino há mais de 80 anos.
VII
Por isso, quando cheguei, levado por soldados, ao saguão e vi um grupo de funcionários palestinos do hotel, todos sentados em cadeiras e poltronas que formavam uma ferradura, fiquei aliviado. Passaria primeiro por uma triagem, não seria levado imediatamente a algum lugar incerto. Entre as pessoas detidas no hall, o diretor do filme, Omar Luiz de Barros Filho, e o diretor de foto Ivo Czamanski, sentados, quietos, olhares preocupados como os de todos na sala. Vigiando o grupo, uns 15 soldados, enquanto outros tantos corriam para lá e para cá, subiam e desciam escadas, alguns portando marretas, outros com serras elétricas e todos com armas.
Passaportes retidos, cada um de nós foi fotografado, filmado e interrogado. Como já havia falado com o baixinho no quarto, para mim só duas ou três perguntas. Pude perceber que havia soldados do exército, policiais à paisana e agentes do Mossad, inclusive o que comandava a operação, um grisalho com cara de rato. Dentro do hotel, acredito, 40 homens participam dessa operação cujo objetivo ninguém imaginava. Será que estavam querendo nos intimidar, pegar o material filmado, afinal tivemos vários contatos com militares e eles acompanhavam cada passo de nossa equipe próximo a checkpoints, muros, nos protestos? Quebraram a cara, porque no dia anterior um amigo palestino-brasileiro levou ao Brasil todos os nossos principais arquivos digitais, com tudo o que havíamos registrado antes com nossas duas câmeras.
VIII
Comecei a pensar nas nossas duas idas a Jerusalém. Na sexta-feira, filmamos a movimentação no entorno da mesquita de Al Aqsa durante o dia sagrado na cidade santa para muçulmanos, cristãos e judeus. Al Aqsa, mais de 300 mil muçulmanos, soldados israelenses de olhos arregalados, helicópteros, portões vigiados, tudo depois de passar e ser identificado e revistado nos checkpoints que cercam a cidade. No domingo, 6 de novembro, poucas horas antes da invasão no hotel, na segunda visita a Jerusalém, enfrentamos outro grave incidente com o exército israelense. Depois de filmar a cidade, pretendíamos voltar à mesquita de Al Aqsa, onde éramos aguardados por religiosos muçulmanos. No caminho indicado pelo produtor, um palestino-brasileiro, fomos todos barrados e mandados a outro acesso. Até que demos de cara com um checkpoint dentro de um dos corredores da cidade antiga. Por ser de origem palestina, nosso produtor e intérprete foi barrado, os policiais mandaram-no de volta, dizendo que por ali palestino não passava. Nós, identificados como jornalistas, ficamos detidos por mais de uma hora. Tentamos desistir, e manifestamos o desejo de retornar ao local anterior, mas fomos impedidos pelos policiais. Ou seja, agora vocês não saem até descobrirmos o que vocês fazem aqui. O diretor Omar Luiz de Barros Filho foi, então, conduzido até um quartel policial, onde foi submetido a novos questionamentos.
Assim, ele foi obrigado a assinar um termo de compromisso escrito em hebraico, que proibia entrevistas, com luzes e qualquer utilização de gravadores de sons. Dessa forma fomos liberados do bloqueio, e entramos na praça onde fica o Muro das Lamentações. Dali seguimos, pelas ruas, rumo à mesquita. Lá, a polícia israelense nos proibiu mais uma vez de ultrapassar o controle. Ficamos em dívida com nossos espectadores, nada do interior de Al Aqsa, somente planos gerais tomados a grande distância desde um terminal turístico.
IX
Enquanto pensava em todas as possibilidades de desfecho dessa operação militar, permanecia tranquilo porque todo material filmado até aquele momento estava a salvo, guardado na casa de amigos. E fiquei ainda mais calmo ao ver o quarto integrante da equipe descer a escada, o diretor de fotografia Juliano Ambrosini, escoltado por dois soldados armados, e se integrar ao grupo de detidos no saguão.
A preocupação aumentava quando imaginava qual seria o nosso destino. Eis que um dos que comandavam a operação falou, em inglês, que estava tudo quase no fim, a operação iria acabar logo. Mas o corre-corre de soldados prosseguia, muito em função de bombas que explodiam do lado de fora. Depois, viemos a saber que a movimentação das tropas israelenses chamou a atenção dos habitantes de Ramallah, e muitos palestinos vieram até as proximidades do hotel protestar. O exército jogou bombas para intimidar e afastar a massa.
Pouco antes, pelas ruas da cidade, a resistência palestina arremessou bombas caseiras nos blindados israelenses que, mesmo assim, cercaram o hotel em que estávamos hospedados. Afinal, um exército de outro país ocupante fazia uma operação militar ilegal, uma invasão noturna, quase no centro da capital palestina. Minutos mais tarde, o mesmo oficial entrou novamente no saguão e disse a grande frase da noite: "No panic, no panic". Como não sentir pânico? Se o conflito se agravasse com os palestinos na rua: tiros. Se alguém da sala se mexesse e o gesto fosse interpretado como reação: tiros. Só de pensar em bala perdida e ações desmedidas de soldados, fato corriqueiro na Palestina, a sensação de pânico rondava a sala. Até que mais tarde, finalmente, o chefão disse que se retiravam... Um sentimento de alívio invadiu o ambiente, logo abortado com a entrada na sala do grisalho com cara de rato do Mossad. "Video, video". Novo frio na barriga. Queriam nossas imagens, pensei, mas, felizmente, eram as cenas gravadas pelas câmeras de segurança do hotel. Pegaram os computadores e começaram a sair. Por alguns minutos, todos permaneceram sentados, desconfiados. Até que o primeiro se ergueu e começou a protestar. Subi ao quarto e comecei a juntar as peças de roupas espalhadas pela cama e pelo chão. Cofre aberto, mas nada foi levado. No quarto do nosso diretor até o forro do teto foi quebrado a machadada. Olhei para o celular, mais de cinco horas, dia quase amanhecendo...
X
Quatro horas depois da noite de terror, seguimos para Al Khalil (Hebron), cidade habitada ininterruptamente há mais de cinco mil anos. Nossa última locação na Palestina. No caminho, a constatação de que havia mais blindados do exército israelense nas ruas e nas estradas. No trajeto, cruzamos por vários circulando e muitos veículos parados em posição de observação. Uma sensação de que algo grave estava por acontecer no território e, em função disso, a vigilância redobrada. Ao chegarmos a Al Khalil, tivemos que fazer o retorno e sob observação de dois carros militares, atentos a qualquer manobra.
Hebron é um caso especial. Segundo o relações públicas da Administração Palestina no local, são dois mil soldados israelenses vigiando a região. Criaram áreas onde só entram judeus ou onde só circulam palestinos. Tudo em função da mesquita de Ibrahimi, que abriga o túmulo dos patriarcas das três religiões de muçulmanos, judeus e cristãos. Para conseguirmos filmar, tivemos que passar, a muito custo e graças à pressão do administrador da Cidade Histórica, por um obscuro checkpoint enterrado nos corredores do mercado público, que dá acesso à porta principal da mesquita. Qualquer um que deseja rezar na mesquita é forçado a passar por ele. Ao redor, soldados policiam.
Depois da mesquita, fomos ao campo de refugiados Fawar, um dos mais antigos da Palestina, onde gravamos cenas e testemunhos, enquanto dois helicópteros sobrevoavam a área. Nessa última locação das filmagens vimos o resumo de toda a situação da Palestina: pessoas que saíram forçadas de suas casas, que vivem há décadas cercadas, isoladas e vigiadas dentro da própria terra. Pensei, depois da noite de angústia em nosso hotel que são os palestinos que ainda resistem em campos de refugiados e habitam cidades cercadas que vivem, até hoje, uma longa noite de terror!
*O documentário A Palestina Brasileira (longa metragem, 78 minutos) foi apresentado pela TV a cabo Canal Curta!, no Brasil, em janeiro de 2018. Até o momento, o filme foi selecionado pelos seguintes festivais e mostras cinematográficas: Al Ard Doc Film Festival, Cagliari, Sardenha; Arab Film Festival de Tübingen e Stuttgart, na Alemanha; Aasha International Film Festival, de Mumbai, Índia; Festival Internacional de Cinema Documental-A Video Reporter, na Catalunha; DO PÃO-International Documentary Film Festival, Albergaria-a-Velha, Portugal; Festival Internacional Cine de América, em Pachuca, México; Lift-Off Sessions, Londres; Festival Internacional de Cine Latino Árabe (LatinArab), de Buenos Aires; Mostra Semana Árabe de Brasília, Brasil; Festival de Gramado,Brasil; Mostra Mundo Árabe de Cinema, em São Paulo. O filme está incluído na pré-seleção do International Documentary Awards TRT, de Ancara, Turquia. A Palestina Brasileira foi também selecionado para o Addis International Film Festival, da Etiópia, e para o Festival Internacional de Cinema Negro, de São Paulo, Brasil. No entanto, o filme foi retirado, posteriormente, da programação oficial dos dois eventos, como resultado de pressões de "forças ocultas" contrárias ao filme. Na mesma linha, o Canal Curta!, da TV a cabo brasileira e parceiro na etapa de realização do filme, solicitou à CenaUm Produções que retirasse o nome do canal dos créditos do documentário, por discordar do posicionamento dos realizadores sobre a causa palestina e a ocupação israelense.
* Caco Schmitt é jornalista, diretor da CenaUm Produções e produtor do filme A Palestina Brasileira.
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