A liderança chinesa sabe o que a China pode fazer, o que fez e o que tudo isso representa para o mundo. A China, pelo que se pode ver, considerou desnecessário 'superdivulgar' e 'superprojetar' a própria capacidade militar, porque o poder militar não é a principal mensagem da China ao mundo.
A China não tem nada a provar - a China simplesmente é. Demonstração e reflexo disso, o desfile de hoje foi respeitosamente solene e não espetacularizado.
Nenhum desses cuidados inteligentes impediu que a imprensa-empresa ocidental suposta 'progressista', como o jornal Guardian e outros, continuassem a cumprir o sujo papel padrão que lhes cabe, como criminosos de guerra.
É preciso lembrar que as Convenções de Genebra proíbem a imprensa-empresa ou estatal de insuflar chamas de guerra e a inimizade entre nações. Exatamente o que fez o Guardian, nas primeiras linhas da matéria de hoje sobre o desfile na China.
A China já é provavelmente a maior economia do mundo; oficialmente, é a segunda. Esse status de n.2 é consequência de a imprensa servir-se de padrões deformados de aferição, além do fato de que a China sabe controlar algumas de suas capacidades de produção - principalmente para fazê-las desenvolver-se mais rapidamente quando a necessidade apareça.
A China conta com 2,2 milhões de pessoal militar ativo, com mais 500 mil reservistas. Mas ninguém ouviu qualquer propaganda chinesa, nem desse exército gigantesco, nem do fato de que hoje só desfilaram 12 mil soldados, 0,045% do contingente total.
A mensagem do desfile de hoje foi "Paz e Desenvolvimento". O presidente chinês, Xi Jingping, serviu-se do discurso de abertura do desfile para anunciar que o Exército de Libertação Popular será reduzido para 200 mil soldados.
Detalhe do qual os chineses cuidaram atentamente, relacionado a essa mensagem de "Paz e Desenvolvimento", foi não fazer da celebração qualquer tipo de comemoração nominal da vitória sobre a ocupação japonesa nem qualquer tipo de manifestação anti-Japão.
A Vitória sobre a invasão japonesa e a ocupação da China durante a 2ª Guerra Mundial é, evidentemente, evento histórico, mas é também memória muito delicada para os dois países. A China cultiva hoje posição oficial 'positiva' e fraterna em relação ao Japão. Chineses e japoneses estão envolvidos em inúmeros projetos de comércio bilateral que só cresceram nas décadas recentes.
A China promoveu desfile modesto e discreto - focado sobretudo no povo chinês, nos soldados e no novo equipamento militar -, atenta, com certeza para não dar mais munição aos 'falcões de guerra' japoneses [e norte-americanos].
Ao contrário do que 'noticiou' a imprensa-empresa ocidental, e em declaração claramente dirigida ao Japão, Xi Jingping disse que
"A China nunca buscará nem a expansão nem a hegemonia. A China jamais infligirá a qualquer outra nação os sofrimentos pelos quais passou."
O esforço básico dos EUA em relação ao Japão é empurrar o país contra a China. A mesma política que os EUA já promoviam nos anos anteriores à 2ª Guerra Mundial.
Na verdade, o que se viu hoje foi matéria caracteristicamente distorcida, desprezível, criminosa - publicada nas páginas do Guardiansobre o evento. Fizeram surgir uma 'narrativa anti-Japão', onde nada disso havia. Seria de supor que, para tais afirmações, o jornal se ampararia em declarações do premiê chinês. Mas o Guardian não cita declaração belicista alguma, porque não houve.
Felizmente, cada dia os leitores creem menos em matérias ditas 'jornalísticas' como as do Guardian. Os cidadãos, também no ocidente, cada dia mais desacreditam da própria mídia-empresa dominante, inclusive da mídia-empresa autoproclamada 'progressista'.
A máquina de propaganda ocidental cada dia mais impotente, não conseguiu nem apagar nem distorcer a verdadeira mensagem que a China ontem enviou ao mundo - de amizade entre todas as nações, com estabilidade e desenvolvimento. *****
3/9/2015, Joaquin Flores, Fort Russ
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