Recentemente, foi divulgado um balaço do cumprimento dessas metas e para mostrar o que vem sendo feito, o Em Questão e a NBR prepararam oito entrevistas, uma para cada ODM
Há 10 anos, os 191 países da Organização das Nações Unidas (ONU), inclusive o Brasil, assinaram um compromisso de melhorar a qualidade de vida da população mundial. Para isso, estabeleceram oito objetivos a serem seguidos por todas as nações, os chamados Objetivos de Desenvolvimento do Milênio ou ODM. Recentemente, foi divulgado um balaço do cumprimento dessas metas e para mostrar o que vem sendo feito, o Em Questão e a NBR prepararam oito entrevistas, uma para cada ODM.
ODM 8 - Meta: Todos trabalhando pelo desenvolvimento
Entrevista com Samo Gonçalves - técnico de planejamento e pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).
Promover uma parceria mundial para o desenvolvimento significa adotar uma série de iniciativas. O relatório que fizemos, de como estamos cumprindo as oito metas do milênio que foram firmadas junto à Organização das Nações Unidas (ONU), tem dois eixos. Um que foca as iniciativas do Brasil, o que o País tem feito no âmbito dos organismos internacionais para alterar as regras em favor do desenvolvimento. E o outro eixo foca na cooperação técnica direta do Brasil em relação a países de menor desenvolvimento, os mais pobres da América Latina, da África e da Ásia. Esse relatório, diferentemente dos anteriores, marca uma inflexão. Porque nos relatórios anteriores se falava muito que o Brasil cooperava internacionalmente, mas era, sobretudo, um receptor. Atualmente o Brasil tem vivido anos de crescimento econômico, maior estabilidade política, estabilidade econômica e políticas sociais que tem promovido maior distribuição de renda. Portanto, o Brasil se tornou, ao longo dos últimos anos, um grande cooperador internacional.
No âmbito das organizações, nosso País foi um dos líderes da criação do G20. Em outro tempo, os países desenvolvidos negociavam entre si e praticamente pediam para os países em desenvolvimento mudar alguma vírgula e firmava-se um acordo internacional. Com a criação do G20, em 2003, a correlação de forças no campo da Organização Mundial do Comércio (OMC) mudou. Passou a substituir o G7, antigo grupo dos sete países mais ricos do mundo que estava no comando das finanças internacionais. Outro aspecto que eu destacaria em favor do desenvolvimento é a luta que o Brasil vem realizando para aumentar a representatividade e a democratização dos fundos financeiros internacionais. O Brasil, junto com demais países em desenvolvimento, conseguiu ampliar o poder de voto desse grupo de países. No Fundo Monetário Internacional (FMI), houve um aumento de 5%, que vai se realizar até 2011. E no caso do Banco Mundial houve um aumento do poder dos países em desenvolvimento de 3%. Hoje somos um grande fornecedor de técnica. Temos mais de 400 acordos internacionais de cooperação técnica e ampliamos a carteira de projetos, que hoje é no valor US$ 90 milhões. Isso são US$ 45 milhões para a África, US$ 40 milhões para a América Latina e US$ 5 milhões de dólares para a Ásia.
Em matéria de cooperação técnica, o Brasil atua em diversas áreas, dentre as quais, destaco, a agricultura, a formação profissional e a assistência humanitária. Procuramos implementar ações estruturantes nos países pobres, de modo a fazer com que esses povos possam se apropriar do processo de desenvolvimento. A idéia é fornecer a tecnologia, fornecer o know-how brasileiro. Temos feito também parcerias triangulares, onde o Brasil entra com a expertise, o conhecimento técnico através de suas instituições, juntamente com algum país desenvolvido que aporta recursos, na ajuda de um terceiro país pobre, africano ou latino-americano. Este tipo de cooperação tem sido muito importante para que esses países possam promover seu próprio desenvolvimento.
Fonte: SECOM
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