A viagem do chanceler brasileiro teve por objetivo colocar a participação do Brasil à disposição das negociações de paz na região, que entra no seu 20º dia de conflito na Faixa de Gaza com um saldo, até agora, que já ultrapassa mil mortos. O Brasil cumpre religiosamente todas as resoluções e estamos numa situação especialmente grave em que uma resolução do Conselho de Segurança, que tem a ver com a sensação de um conflito, não está sendo respeitada. É fundamental que a comunidade internacional se mobilize em torno disso, afirmou o ministro.
De acordo com Amorim, a mensagem central é que é fundamental acabar com as mortes e aliviar o sofrimento dos civis e, sobretudo, dos palestinos que continuam morrendo em grandes quantidades com elevado percentual de mulheres e crianças. É preciso que não se trate o assunto do Oriente Médio como um negócio corriqueiro. Esta não é a primeira, nem a segunda, nem a terceira ou quarta crise em que tantos civis perdem a vida, salientou. Porém, na opinião do chanceler, o problema mais difícil na Faixa de Gaza é a vontade política para atender ao chamamento de uma resolução das Nações Unidas e não apenas a cálculos de natureza política ou militar sobre interesses de cada um dos lados.
Ele destacou que, se algo de bom pode sair de uma situação tão trágica, seria a consciência de que é preciso encontrar de uma vez por todas o caminho da paz, que garanta a existência de dois estados, mas dois estados viáveis. A Palestina tem também que ser um estado viável. Ela não pode estar totalmente dividida, totalmente impossibilitada de existir como um estado economicamente viável e Israel tem que existir em segurança, ponderou.
O ministro declarou, ainda, que manifestou à ministra de Assuntos Exteriores de Israel, Tzipi Livni, de que não há segurança absoluta que se baseie apenas no aspecto militar. Somos amigos de Israel. Não achamos que há futuro com o país se transformando numa espécie de bunker, cercado por países com ressentimentos variados, alertou.
Ajuda brasileira - Para Amorim, a participação da diplomacia brasileira num momento de crise como este é extremamente relevante. O Brasil está entre as dez maiores economias do mundo; a maneira como o País vota em organismos internacionais influi em como outros países votam. Mantemos relações econômicas amplas, grandes e crescentes com todos, explicou Amorim aos repórteres.
Na opinião dele, o auxílio humanitário brasileiro chegou rapidamente. Temos uma estrutura que permite ajudar. Havendo necessidade de outras doações, certamente continuaremos a considerar, avaliou. Para o ministro, a experiência do Brasil no Haiti, embora diferente, é de grande contribuição.
Fonte: Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República
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