Porque lá não tem embaixada dos Estados Unidos, perguntava e logo respondia o espirituoso Joel da Silveira. Sobre o assunto, é recomendável rever o filme de Philip Noyce O Americano Tranqüilo, belíssima adaptação do romance de Grahan Green. Melhor ainda: ler o livro.
Num resumo chulo da belíssima história de amor, diríamos que o sedutor estadunidense, diante de nossa eterna cumplicidade e submissão, apodera-se do coração da nossa linda amante. E ainda planta a semente do golpe que transferirá da França para os EUA o comando da força de ocupação no Vietnã. Mas, somente depois da vitória dos heróis Ho Chi Minh e Vo Giap sobre os franceses.
O presidente Lula esteve recentemente com Giap, na cidade de Ho Chi Minh (ex-Saigon), a maior do Vietnã. A visita ao herói nonagenário, que colocou primeiro a França e depois os Estados Unidos com o rabo entre as pernas, talvez tenha despertado em nosso presidente a lembrança de que não é de hoje que as embaixadas estadunidenses patrocinam essas visitas de americanos tranqüilos.
A referência é feita ao senhor embaixador Philip Goldberg , flagrado em articulações separatistas junto às lideranças fascistas de departamentos autonomistas na Bolívia. Elas vêm espalhando o terror e o ódio contra o estado de direito democrático do estado boliviano. Entre os atos de terrorismo, o assassinato racista de índios sujos, saque a prédios públicos e sabotagens de gasodutos.
O senhor Goldberg , sabe-se, é hoje o protótipo do americano tranqüilo de Grahan Green. Como embaixador dos EUA na Ex-Iugoslávia, orquestrou a crise separatista que resultou na independência unilateral do Kosovo, ainda não reconhecida por muitos.
Sidnei Liberal
Brasil
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