Por: Hernán Ramírez
O Presidente colombiano Álvaro Uribe, a pedido do Presidente francês Nicolás Sarkozy, deixou em liberdade a Rodrigo Granda, único integrante do Estado Maior das FARC-EP em poder desse governo, por cuja morte está sendo oferecida a soma de oitocentos milhões de pesos, além dos 1.500 milhões pagados a quem fizeram seu seqüestro em Caracas.
Gestos humanitários de governantes imperialistas, não existem nem existirão em parte alguma do mundo. Por isto, é utilizado o eufemismo das razões de Estado Esta é a culminação da primeira parte de um longo processo de desgaste do regime de terrorismo do Estado colombiano e uma hábil manobra para diminuir o impacto negativo que tem produzido internacionalmente o fracasso do Plano Colômbia.
O que está em jogo são os interesses das transnacionais, denunciadas recentemente por serem sócias no desenvolvimento do paramilitarismo em Colômbia, porque esta política criminal tem de ser investigada e castigada pelas instâncias judiciais correspondentes. São 30.000 assassinados e 3 milhões de colombianos expulsos de suas terras, os que clamam por justiça.
Se impõe, então, para o Imperialismo e o governo de Uribe Vélez, manobrar para diminuir a carga de responsabilidade que ante o mundo têm por esses crimes. De passo, abre-se a grande porta por onde sairão liberados, também, os sócios do Presidente humanitário em desenvolvimento do paramilitarismo.
É a opinião pública do povo francês, lastimada pela inércia do anterior governante que nada féis pela libertação de sua cidadã Ingrid Betancourt; é a demonstração de FORÇA BELIGERANTE que ostentam as FARC-EP desde suas origens e, é o início do desmoronamento da política imperialista do governo estadunidense, assumida depois do episódio das torres gêmeas, quanto está se manifestando neste momento.
E é o deslinde no internacional dessa política ianque fracassada em Iraque e que se mira hoje com desconfiança em Europa pelas ameaças que representam para o mundo, as instalações bélicas estadunidenses no coração desse Continente, o que faz a diferença na apreciação política do processo colombiano. É por isso que está presente o G8 em um episódio aparentemente minúsculo, como é a libertação do guerrilheiro fariano.
A percepção consciente da necessidade de iniciar um processo novo para encontrar a solução política, através da troca de prisioneiros, primeiro e, logo as conversações que encontrem o caminho de Acordos entre os fatores de poder político e militar para Colômbia, sob um novo Governo de Reconciliação e reconstrução nacional, é, então, aquilo que se manifesta e nisso poderiam estar interessados o Estado Maior e o Secretariado das FARC-EP, que autorizarão possivelmente a Rodrigo Granda, em sua condição de integrante da Comissão Internacional, para que inicie e serva de ponte nesta nova etapa que se vislumbra.
É, também a criação de condições, por parte de Uribe Vélez, para justificar no futuro, o intento de resgate a sangue e fogo dos prisioneiros em mãos da Insurgência, onde seguramente a maioria deles perecerão. Este propósito é reflexo claro da natureza assassina e cruel de Uribe Vélez. Ao fim das contas, segue sendo o chefe do narco-paramilitarismo na Colômbia.
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