Rússia e EUA discordaram nesta sexta-feira, em reunião do Quarteto em Washington, sobre papel da Síria e do Hamas no Oriente Médio. O grupo - formado por EUA, Rússia, União Européia e ONU - se reuniu com o objetivo de retomar o processo de paz entre palestinos e israelenses, mas manifestou profunda preocupação com a violência entre os palestinos.
A discussão, centrada entre o ministro de Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, e a secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, ficou centrada na forma como o grupo de isolar o governo palestino, controlado pelo Hamas, e a Síria. Os EUA são os principais defensores dessa estratégia, apontada pela Rússia como "contraproducente".
Rice disse que a violência entre os grupos palestinos Fatah e Hamas "precisa parar", mas não deve retardar a retomada das negociações de paz. Ela pretende viajar em breve ao Oriente Médio, onde se reuniria com o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, e com o presidente palestino, o moderado Mahmoud Abbas, da Fatah.
Mas o chanceler russo, Sergei Lavrov, disse que trabalhar com o Hamas continua sendo importante, assim como com a Síria. Os EUA rejeitam esses contatos, acusando tanto o Hamas quanto Damasco de praticar ou apoiar o terrorismo.
"Somos a favor de envolver todos os que possam contribuir com o progresso neste processo, e neste caso a Síria pode ter um papel construtivo", disse Lavrov em entrevista coletiva junto com Rice, Ban, o chefe da Política Externa da União Européia, Javier Solana, e a comissária européia de Relações Exteriores, Benita Ferrero-Waldner.
Rice rejeitou a hipótese de uma mediação síria. "Acho que a Síria sabe que precisa ser uma força estabilizadora", afirmou.
Washington tenta retomar o processo de paz num momento em que o governo israelense está enfraquecido e há uma disputa de poder entre as facções palestinas, que ameaça descambar para uma guerra civil.
Nesta sexta-feira, os combates entre Fatah e Hamas voltaram a ocorrer em Gaza, deixando pelo menos 17 mortos. O Hamas invadiu edifícios usados por forças leais à Fatah, e duas importantes universidades foram incendiadas.
Estadão
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