O aborto e as pesquisas em embriões foram ontem comparados ao terrorismo pelo Papa Bento XVI, que os considerou um atentado à paz durante a homilia do Dia Mundial da Paz.
Junto com as vítimas dos conflitos armados, do terrorismo e das mais diversas formas de violência, temos as mortes silenciosas provocadas pela fome, pelo aborto, pelas pesquisas sobre os embriões e pela eutanásia, afirmou Bento XVI na sua mensagem.
O Papa considerou que todas estas são terríveis violações do direito à vida e um atentado à Paz. Concretamente sobre o aborto e a investigação em embriões, o Papa classificou-os como a negação directa da atitude de acolhimento do outro, que é indispensável para se estabelecerem relações de paz estáveis.
Na sua homilia, dedicada à pessoa humana, coração da paz, a liberdade religiosa foi outro dos temas abordados, sobretudo no que respeita às dificuldades sentidas por alguns povos em manifestar livremente a própria fé, sendo muitas vezes perseguidos e vítimas de atroz violência, um sintoma preocupante de ausência de paz no mundo.
As desigualdades no acesso a bens essenciais, como a comida, a água, a casa, a saúde e também as contínuas desigualdades entre homem e mulher no exercício dos direitos humanos fundamentais foram igualmente consideradas por Bento XVI a origem de várias tensões que ameaçam a paz.
O Papa manifestou ainda preocupações ambientais, apelando à humanidade para que tome consciência cada vez mais das ligações existentes entre a ecologia natural, ou seja, o respeito pela natureza, e a ecologia humana.
A experiência demonstra que toda a atitude de desprezo pelo ambiente provoca danos à convivência humana, e vice-versa, afirmou.
O Papa sublinhou ainda o antagonismo existente entre o crescente aumento das necessidades energéticas de alguns países, que conduzem a uma corrida sem precedentes aos recursos disponíveis, e a escassez de reabastecimento energético em países pouco desenvolvidos, ditada pelo aumento dos preços da energia.
Relativamente às guerras religiosas, Bento XVI considerou inaceitáveis concepções de Deus que estimulem a intolerância para com os próprios semelhante s e o recurso à violência contra eles, e insistiu que uma guerra em nome de Deus jamais é aceitável.
A violação do direito internacional humanitário foi também focada na homilia, a propósito de algumas recentes situações de guerra, como aquela que teve por cenário há alguns meses o sul do Líbano, onde a obrigação de proteger e ajudar as vítimas inocentes e de não envolver a população civil foi em grande parte desatendida.
Jornal de Madeira
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