O Irão continua os trabalhos de enriquecimento de urânio, não obstante as instâncias feitas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas para encerrar essas atividades até 31 de agosto.
A conclusão consta do relatório tornado público quinta-feira pela Agência Internacional de Energia Atômica no Conselho de Segurança (AIEA). AIEA afirma que segundo os últimos dados recolhidos pelos seus inspectores no terreno, o programa de enriquecimento de urânio tinha entrado numa nova fase.
Recordamos que o primeiro programa nuclear do Irão foi elaborado pelos EUA, bem como teve inicio com sua iniciativa, pois Teerã era seu aliado. Washington desejou apoiar o xeque do Irã que na época da década 1960 era contra a União Sovética.
Com o xeque nos anos 1960 e 1970 até a revolução islámica em 1979 o Irão era o aliado próximo e apoio dos EUA na região, junto com a Arabia Saudita . Os EUA concederam ao Irão o centro de pesquisas e de enriquecimento do uránio elevado nos anos 1960. O jornal Chigago Tribun chama isso de presente a Teerã nos marcos da estratégia dos EUA durante a guerra fria.
Hoje a AIEA não possui provas de que o Irão esteja criando a arma nuclear. Por outro lado seus inspetores declaram que Teerã esconde com frequência as dimensões da sua atividade nuclear.
Diante disso os inspetores afirmam que parte desse trabalho é efetuado no reator fornecido pelos EUA. E é com ele que também se relaciona a experiência com urânio que é declarado como material principal para a criação da arma nuclear.
Entretanto Washington sofre dor de consciência por ter dado essa contribuição na proliferação nuclear. Pelo visto os EUA está mais preocupado em como fazer para retornar Teerã à zona da sua influência.
O documento da AIEA segue para o Conselho de Segurança das Nações Unidas, que deverá reunir-se em meados do mês e discutir eventuais sanções contra Teerão. No dia 7, as grandes potências (cinco com direito de veto e a Alemanha) vão discutir o assunto em Berlim. Hoje, na Finlândia, os ministros da UE deverão combinar uma posição conjunta.
Para Mohammad Saidi, vice-presidente da Organização Iraniana de Energia Atómica, «o relatório da AIEA não é negativo», apesar de constatar que as autoridades iranianas não deixaram de enriquecer urânio.
«As actividades de enriquecimento de urânio prosseguem num quadro de investigação e sob controlo da AIEA», explicou Saidi.
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