O defesa central do Zenit Bruno Alves, de 29 anos, é já campeão da Rússia, passa estes dias em São Petersburgo preparando-se por um jogo para a quinta jornada da Liga Europa. Depois de quase seis meses na Rússia tornou-se um líder da equipa de Luciano Spaletti, já não se queixa do frio russo nem da comida. Entrevistado pelo Pravda.ru confessou que com Paulo Bento a seleção teria conseguido os objetivos. Leia a entrevista na íntegra.
Pravda (P)- Sr. Alves, primeiramente parabéns pelo título da Premier Liga russa. O que é que o Sr. pode dizer sobre o nível da Liga superior da Rússia?
Bruno Alves (B.A)- Obrigado pelos parabéns. O nível que eu encontrei aqui é um nível bom. Há boas equipas como o Spartak, o CSKA e até este momento é um Campeonato bastante competitivo. Estou surpreendido pela positiva.
P- E o Sr. se sente profissionalmente realizado aqui?
B.A.-Sim, sim, eu estava com muita expectativa de vir para cá e neste momento me sinto bem quer no clube, quer na cidade. Estou muito contente por estar a jogar aqui, disputar a Liga da Europa e no ano que vem a Liga dos Campeões.
P- O Sr. há meio ano que joga na Rússia, jornais desportivos russos destacam-no como um dos melhores na linha de defesa , e o Sr. que jogadores pode destacar como os melhores da Liga?
B.A.-Posso destacar Danny e Kerzhakov da minha equipa, são jogadores decisivos. Danny foi qualificado como o melhor jogador aqui na Rússia. Também temos Denisov e Anyukov, que é o nosso capitão, são bons jogadores. E há vários das outras equipas, como Vagner Love, também há grandes jogadores que fazem a defesa.
P- Como o Sr. notou o Danny, segundo uma sondagem do jornal Sport-Express, tinha sido eleito como o melhor jogador deste Campeonato. Está de acordo?
B.A.-Claro que sim, o Danny é um jogador muito importante para o clube e tem feito muito com esses golos, com as suas assistências. Sem dúvida, acho que a escolha foi correta.
P- O Campeonato russo terminou, o que é que o Sr. vai fazer durante o intervalo?
B.A.- Agora vou voltar para a minha cidade natal, em Portugal e vou passar lá as férias com a minha família.
P-Então, você fica aqui sozinho?
B.A.-Tive com minha família em São Petersburgo, mas depois os filhos voltaram para Portugal e fico aqui com a minha esposa.
P.-O Sr. tem filhos?
B.A.- Sim, tenho dois.
P-O Sr. foi convocado para seleção e jogou a última partida contra a Espanha. A equipa portuguesa apresentou-se completamente mudada na qualidade e no desejo de jogar. Foi um jogo fantástico. Como Paulo Bento conseguiu fazê-lo em tão pouco tempo?
B.A. - Eu acho que às vezes quando se muda de treinador, podem interpretar as coisas duma maneira melhor, positiva. Com o Paulo Bento começamos a jogar melhor. Não tenho nenhuma explicação específica para isso. Acho que o Carlos Queiroz também fez bom trabalho, bom apuramento e um Mundial também... bom. Quanto ao futebol, há coisas que não têm explicação. Sei que as coisas mudaram e a nossa equipa tem conseguido os objetivos.
P- Qual é a sua opinião sobre a «guerra» a conduzir entre as torcidas do Zenit e Spartak?
B.A.- São coisas normais, quando são «derbys», acho que no futebol estes coisas acontecem, toda a gente quer ver a sua equipa a ganhar.
P- E em Portugal há coisas parecidas, com brigas e violência?
B.A.- Acontece, sim. Quando temos «derbys» sempre há muita polícia para fazer escolta, manter ordem, acho que em todo o lado é a mesma coisa.
P- Quantos anos o Sr. pretende ficar no Zenit?
B.A.- Eu tenho quatro anos de contrato. E neste momento como sinto bem, espero continuar aqui e cumprir o meu contrato.
P.- E o Sr. já ficou acostumado com o clima, alimentação russa, essas coisas são muito difíceis para estrangeiros?
B.A- Já, já. E São Petersburgo tem muitos restaurantes italianos e até um restaurante de comida portuguesa.
P- Ah é? E o Sr. gostou da qualidade da comida?
B.A.- Gostei, sim.
Entrevista com Pravda.Ru
Lyubov Lulko
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