Com a aproximação do jogo dos quartos-de-final com a Inglaterra começa a fazer surgir na imprensa inglesa notícias pouco simpáticas para a selecção portuguesa. Inclusive entrevistas inventadas com o próprio Pauleta, como foi o caso do desta quarta-feira.
«É mais uma prova de que o futebol às vezes não se joga só dentro do campo. Já conhecemos essa pressão da imprensa inglesa. Até do Brasil já começam a fazer pressão para uma eventual meia-final. Sabemos que vai ser um jogo de extrema dificuldade, em que Portugal vai ter de estar ao mais alto nível, porque já percebemos que temos muitas pessoas contras e sempre que Portugal começa a aparecer, começam a aparecer coisas para nos destabilizar», afirmou o avançado português, na conferência de imprensa realizada no centro de estágio, em Marienfled.
Mantendo um discurso destemido, Pauleta não deixou sem resposta um jornalista inglês que lhe perguntou de que tinha mais medo: os adeptos, a imprensa ou a equipa inglesa: «Não temos medo de ninguém, se souberem um pouco da história de Portugal, podem ver que os portugueses não têm medo de ninguém, têm respeito, mas não têm medo.»
Quanto ao jogo do próximo sábado, Pauleta garantiu que a selecção portuguesa e ele próprio vão manter a mesma filosofia aplicada nas quatro vitórias anteriores: «Quando jogas contra selecções como a Inglaterra, conheces melhor o adversário porque o vês jogar mais vezes durante o ano, mas a minha forma de jogar será sempre a mesma: procurar espaços para mim e para os meus companheiros. Há que tentar criar esses espaços para que Portugal consiga marcar e ganhar.»
O seleccionador da Inglaterra, o sueco Sven-Goran Eriksson, assim se referiu às acusações contra a equipa portuguesa que têm surgido em alguma imprensa internacional após o jogo dos oitavos-de-final contra a Holanda: «Claro que Portugal é uma equipa com fair play. Estive cinco anos em Portugal, conheço muitos jogadores, muita gente, é um país que adora futebol. Trabalhei lá cinco anos e sei bem que são leais e justos.» O antigo treinador do Benfica voltou a demonstrar ser um grande senhor do futebol mundial, não se deixando levar pela onda dos jornais ingleses.
O avançado inglês Wayne Rooney declarou que preferia que Cristiano Ronaldo não jogasse frente à Inglaterra. Ele baseia a opinião no conhecimento diário que tem do valor do seu companheiro de equipa no Manchester United.
«Embora queiramos que ele esteja bem, era bom que não pudesse jogar contra nós. Jogo com ele todas as semanas há dois anos e sei que se jogar vai ser complicado. Ele cria problemas a qualquer equipa. Se jogar esperamos poder mantê-lo sossegado», afirmou Rooney.
Mas na segunda-feira, o médico Henrique Jones admitia que o futebolista luso tinha 80% de probabilidades de jogar os quartos-de-final e ontem Cristiano Ronaldo apareceu no relvado com os seus colegas. A lesão do jogador do Manchester United ocorreu durante o jogo com a Holanda, em que sofreu duas entradas duras, primeiro aos dois minutos e depois aos sete, tendo sido necessário ser substituído por Simão, devido à forte pancada que apanhou na coxa direita e que lhe provocou um hematoma. Tendo agora regressado aos treinos, espera-se que Cristiano Ronaldo esteja apto para o encontro com a Inglaterra, no próximo sábado, em Gelsenkirchen.
Subscrever Pravda Telegram channel, Facebook, Twitter