Jolivaldo Freitas
O Brasil nunca foi para amadores. Nem mesmo quando da sua descoberta, vez que se sabe que era carta marcada e só quem não sabia eram os degredados, mas hoje a conversa é outra. A economia do Brasil não é algo que se possa entender à luz da ciência. São tantas as vielas, os atalhos, os cruzamentos e as correntes, nebulosidade, tempestades e voos cegos que dá medo.
Veja se dá para me entender e depois me explique. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu abrir consulta pública para reajustar os valores das bandeiras tarifárias, que vem a ser a cobrança extra sobreposta às contas de luz quando aumenta o custo de produção de energia.
É uma ação que ocorre todo ano. Pela ideia atual da agência, em sua proposição, os valores das bandeiras amarela e vermelha patamar 1 vão aumentar 56% e 57%, respectivamente. Já a bandeira vermelha patamar 2, a mais cara, terá redução de 1,7%.
Mas veja que toda essa complicação, todos os valores novos, os reajustes propostos, a diretoria da Aneel informa que a tendência é que a conta de luz dos consumidores fique sem essa cobrança extra até o fim deste ano, por causa da recuperação dos reservatórios das hidrelétricas. Eu pergunto como antecipar e anunciar um reajuste que, em sua concepção pode não acontecer. Parece “balão de ensaio”. Eu acho. Posso estar enganado e quem souber me diga.
E outra esquizofrenia de mercado é o fato da gangorra envolvendo diesel, gasolina, álcool, petróleo, gás, guerra, carvão. O preço do diesel subiu pela segunda semana seguida nos postos, de acordo com pesquisa feita pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). No ano, o diesel já subiu 23,50%. Qual o motivo de tudo isso foi a guerra na Ucrânia. Mas o Brasil bateu novo recorde na produção de petróleo. Não importa. A gasolina caiu zero vírgula um por cento. Pode comemorar, melhor do que nada. Mas o diesel subiu por causa de uma atitude Bolsonaro que vai beneficiar os caminhoneiros. Uma linha de crédito. Mas o que tem o crédito a ver com a bomba de gasolina? Quem souber que me alumie.
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Escritor, jornalista e publicitário. Emailo: [email protected]
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