STF, Vagabundos, Sim: Por Isso Bolsonaro Tornou-Se Presidente

STF, Vagabundos, Sim: Por Isso Bolsonaro Tornou-Se Presidente

 

Embora cobertos de razão ao afirmar que o sistema de "Justiça" tupiniquim é uma grande máfia, a começar pelos bandidos travestidos com toga, os perfeitos idiotas bolsonaristas esquecem-se de um importante detalhe que levou a Besta Neonazista ao poder. Tanto quanto a causa deles, longe de justiça, é tão imunda quanto os que corretamente acusam de canalhas

 

"A pior ditadura é a do Poder Judiciário: contra ela, não há a quem recorrer", Rui Barbosa

 

"Aos amigos, tudo; aos indiferentes, a lei; aos inimigos [especialmente progressistas, negros, homossexuais e pobres], todo o rigor da lei", vezo popular

 

"Nossa Constituição é uma brilhante fachada, por trás da qual se abre um enorme terreno baldio", Fábio Konder Comparato  

 

Edu Montesanti

 

Bolsonaro e seus adoradores acusam constantemente o sistema de Justiça brasileiro, especialmente o Supremo Tribunal Federal, de ser composto por "vagabundos". Embora incontestável, há duas questões na essencia dessa afirmação que não podem deixar de ser apontadas, tanto quanto a total razão por parte dos bolsonaristas.

 

Se a hipocrisia desfila livre pelo sambódromo tupiniquim à direita, a oportunista ala dita progressista não poderia ficar de fora do samba, animada à esquerda com suas patéticas ilusões.

 

Samba Pobre à Esquerda

 

A mídia "alternativa" brasileira, em enorme medida cooptada pelo Partido dos Trabalhadores (PT) ou mesmo pertencente a ele, "esquece-se" que tal afirmação repete o que ela mesma sempre denunciou, hoje limitada, propagandista por excelência, a reverberar os ditos dos vagabundos "justiceiros" como se fossem figuras sacrossantas na esperança de que "aliviem a barra" de Luiz Inácio, potencial canditato presidencial para 2022.

 

Menção honrosa faça-se, aqui, ao sítio Brasil 247 de propriedade do PT. Não apenas mestre na arte de, seguidamente, manipular informações (não raras vezes, títulos anunciam fatos que diferem totalmente da realidade das respectivas reportagens a fim de enganar os preguiçosos, que não se dedicam a ler o conteúdo, como aqui), o meio em questão tem, deslumbradamente, estendido o tapete vermelho virtual aos "justiceiros" que, até antes de ontem, eram (com toda a razão) os terríveis demônios, piores inimigos da democracia para este mesmo meio e aos petistas em geral. Hoje, é claro, os vagabundos de outrora podem prestar-se a servir como fundamentais aliados ao único projeto político claro do PT: chegar novamente ao poder.

 

Prestando reverência também às próprias Organizações Globo, a quem Luiz Inácio e sua afilhada Dilma foram os gerentes desta semicolônia mais generosos ao transferir dinheiro público recorde: nada menos que R$ 6,2 bilhões apenas à outrora "encapetada" TV Globo, em dez anos enquanto presidentes desta republiqueta de bananas. 

 

Hoje distanciada de Bolsonaro, simplesmente a dona Globo (ela mesma!) recebe de Brasil 247 importância ímpar. O sítio chega a praticamente reproduzir, seguidamente, o que dizem os "globais" e com direito a amplas imagens de seus lords da prática jornalística: o que eles dizem, como se fossem arautos do Estado de direito, eternos aliados na repartição das fatias desta semicolônia chamada Brasil. 

 

O senhor Lula é autor desta frase proferida em 2003, então embebido de poder: "Aí se vai [Roberto Marinho] um grande brasileiro, merecedor de três dias de luto oficial". Que maravilha! Emocionante! Honoris causa! O que o poder não faz na cabeça de certos indivíduos, não é?! Viva o poder!! Isso não seria muito problema, contudo, se o defunto tivesse sido enerrado ao lado de uma das milhares de vítimas da ditadura militar, de preferência envolto em saco plastico em uma das valas clandestinas nos canteiros do Cemitério da Vila Formosa, Zona Leste da capital paulista.

 

O meio petista também, em sua constante prática de antijornalismo, seleciona minuciosamente as notícias que serão publicadas e as que ficarão de fora, tudo de acordo com os interesses do PT e especialmente de seu principal líder, Luiz Inácio. 

 

Para dar alguns exemplos apenas envolvendo as traquinagens jornalísticas de Brasil 247 nos últimos dias, este não noticiou que o Brasil é o país no mundo que mais tem apresentado casos de recuperação de contágios do coronavírus nos últimos dias, muito menos que o Governo Federal está financiando o teste de vacinas contra o COVID-19 produzidas pela Universidade de Oxford. O caos, como melhor amigo do PT? Quanto pior, melhor? Onde está a construção social da realidade, alma do jornalismo?

 

A Besta Neonazista e os Vagabundos

 

A Besta Neonazista que hoje ocupa, desgraçadamente, o Palácio do Planalto e os bolsonaristas, melhores amigos de notícias falsas, estão corretíssimos neste ponto, deve-se providencialmente reconhecer: poucos na "Justiça" tupiniquim safam-se do nada glorioso hall dos vagabundos. Se é que alguém ali se salva...

 

Assim como a cada vez mais dividida família bolsonarista, estamos falando aqui, além do STF achincalhado pelo ex-ministro da Educacao Abraham Weintraub em reuniao ministerial de abril que o levou a recente fuga do Pais, das policias Federal, Civil e Militar dos estados da Federacao, do nojento Ministerio Publico, da Procutadoria-Geral da Republica, do Superior Tribunal de Justiçaenfim, de todos os componentes de uma máfia que por nada pode ser considerada um sistema de Justiça que tenta precariamente se fazer parecer.   

 

Contudo, dois fundamentais pontos não podem deixar de ser levados em consideração envolvendo a total razão dos bolsonaristas ao denunciar a evidente vagabundagem da "Justica" tupiniquim, velha usurpadora do poder, assim como uma fortíssima tendência envolvendo o senhor Lula, merece ser auspiciada:

 

1. Jair Bolsonaro, um dos políticos mais baixos da história do Brasil, profundamente medíocre e corrupto, jamais teria sido eleito presidente se o sistema de "Justiça" brasileiro não fosse, exatamente, apodrecido. 

 

E, aqui, referimo-nos especialmente à avalanche de notícias falsas e o financiamento ilícito que marcaram sua campanha eleitoral, além da perseguição política contra Luiz Inacio, injustamente preso: assim, o sistema de Justiça, intencional e unanimemente, tratou de retirar da corrida presidencial quem mais tinha chances de vencer a Besta Nazista, muito provavelmente já em primeiro turno;

 

2. A causa dos excessivamente cínicos bolsonaristas não é, evidentemente, mais democracia e justiça. Pelo contrário: assim como quem apoia Bolsonaro e financia o próprio sistema de Justiça tupiniquim, isto é, o regime de Washington (segundo telegrama secreto revelado por WikiLeaks), a Besta Nazista e sua canalhada colonizada mentalmente apregoam dentro de casa o que tanto condenam fora (geralmente sem razão, como por exemplo uma suposta ditadura na Venezuela). E condenam fora sobre o que tanto fazem vistas grossas ao Estado racista e policialesco dos Estados Unidos, que assassina negros indiscriminadamente, e reprime com excessiva agressividade manifestantes pacíficos. 

 

A 'Esquerda' e os Vagabundos

 

Sobre Luiz Inácio, no final de toda esse patético circo democrático, não seria de se surpreender se repentinamente aparecesse abraçado com, por exemplo, Gilmar Mendes: outrora condenado até nas capas de revistas de esquerda do Brasil, hoje uma das estrelas de Brasil 247

 

Uma vez presidente do Brasil de novo, o senhor Lula certamente escolherá como ministro alguns dos nomes que hoje fazem parte dessa bandidagem inescrupulosa da safada "Justiça" brasileira, que tantos danos têm causado à democracia no País, e vergonha sobre vergonha no exterior. 

 

Representante desta delirante "esquerda" - dessituada, apática, inerte, mesquinha, sisuda, sectária, performática, corrupta - que já se dedica a imaginar que o Brasil está mais próximo de impedimento de Bolsonato e novas eleições, que de autogolpe militar, enquanto é exatamente o inverso disso.

 

Foto: Por Leandro Ciuffo - Flickr, CC BY 2.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=24743500

 

Subscrever Pravda Telegram channel, Facebook, Twitter

Author`s name Timothy Bancroft-Hinchey