Escreve o Expresso: Na semana em que "A vida de saltos altos" dá os primeiros passos (no topo de uns saltos de agulha, atrevo-me a dizer), estreia mundialmente talvez aquele que é o filme mais feminino do ano: "Sexo e a Cidade". A estreia foi em Londres e no dia 6 de Junho chega a Portugal.
Podemos não viver a realidade nova-iorquina, mas nunca um grupo de mulheres personificou tão bem as reais mulheres portuguesas. Ora viciadas na carreira, ora em constante busca de conforto emocional. Ora dedicadas ao casamento, ora sexualmente descomprometidas. Simplesmente mulheres.
Muitos não acreditam que nós também somos assim (estarão desatentos?) e persistem em afirmar que a mulher portuguesa é conservadora. Mas quem não o seria numa sociedade onde ainda são os homens que detêm a grande maioria dos cargos de decisão? Quer queiram, quer não, aqui nascer-se mulher ainda permanece um desafio.
Vejamos: a pressão social obriga-nos a ser filhas exemplares, esposas dedicadas, mães extremosas, donas de casa perfeitas, profissionais de duplo esforço para atingir o sucesso... tudo isto em saltos altos. Sim, porque uma mulher "a sério" também tem de andar sempre impecavelmente arranjada. Depois de tantas exigências ainda nos dizem que devíamos vir com livro de instruções... e as más-línguas somos nós!
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