Um motim de controladores de vôo paralisou os aeroportos do Brasil na sexta-feira, informa Reuters. Decolagens foram suspensas em todos os aeroportos a partir das 18h44, segundo a Infraero, gerando aglomerações de passageiros, horas depois de controladores de vôo militares iniciarem um protesto.
Até perto da meia-noite, 107 vôos haviam sido cancelados no Aeroporto de Congonhas, o mais movimentado do país, informou a Infraero.
Os controladores retomaram seu trabalho a partir da 0h30 desta madrugada depois de fechado um acordo entre representantes da categoria e o governo. A decisão foi tomada após reunião com o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, e a secretária da Casa Civil, Erenice Guerra. O acordo diz que o governo se compromete a rever todos os atos disciplinares militares, como transferências, afastamentos e outros envolvendo representantes de associações de controladores. Serão revistas todas as punições dos últimos seis meses, escreve Terra.
Além disso, os controladores, pelo documento, conseguiram a garantia do governo de que não serão punidos pela paralisação de hoje. Entretanto, mais cedo, a procuradora do Ministério Público Militar, Ione de Souza Cruz, disse que o Ministério Público Militar (MPM) não se guia por acordos e sim por leis, demonstrando que ainda pretendia punir os militares que cometeram insubordinações.
O governo aceitou também começar o processo de desmilitarização da categoria. Segundo o comunicado divulgado pela presidência da República, o Executivo dará início aos "trabalhos de implantação gradual de uma solução civil" já a partir da próxima terça-feira, quando haverá uma reunião com os controladores.
Paulo Bernardo aceitou ainda negociar uma gratificação com os controladores civis e militares. O governo, porém, não informou valores.
Dos EUA
O ministro da Comunicação Social, Franklin Martins, anunciou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ligou assim que chegou a Washington, nos Estados Unidos, para o presidente em exercício José Alencar, para o ministro da Defesa, Waldir Pires, e para Paulo Bernardo exigindo o restabelecimento da normalidade nos aeroportos brasileiros.
Ele disse ainda que não poderia dizer se a abertura da CPI do Apagão Aéreo tinha feito parte da negociação com os controladores. Mais cedo, o advogado dos controladores envolvidos no acidente do Boeing da Gol e o jato Legacy em setembro do ano passado, Normando Cavalcanti, havia dito que eles tinham imposto mais essa condição. Porém, isso não estava na minuta de negociação apresentada pelo governo.
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