A discussão sobre o etanol deve ser o centro das conversas de presidentes George W Bush com Luiz Inácio Lula da Silva em encontro na sexta-feira em São Paulo. Brasil e EUA são responsáveis por 70% da produção mundial - a brasileira, a partir da cana-de-açúcar, e a americana, do milho. O governo americano pretende se associar ao Brasil no desenvolvimento do mercado e de novas tecnologias, mas o entendimento poderá esbarrar na questão dos subsídios agrícolas e das barreiras comerciais.
Lula pretende discutir os impostos americanos sobre a importação do etanol brasileiro . Em seu programa semanal de rádio, Café com o Presidente, Lula reclamou dos subsídios agrícolas dos americanos e das taxas de importação do etanol.
O que eu quero é o seguinte: se é para ter livre comércio, vamos ter livre comércio para que a gente tenha oportunidade de vender e comprar. Não tem sentido a alta taxa que os Estados Unidos impõem ao álcool brasileiro, disse o presidente durante o programa. Segundo ele, os mercados americano e europeu são muito fechados e têm subsídios muito fortes.
O que nós estamos pedindo é que os Estados Unidos deixem de dar o subsídio que dão hoje e que a União Européia flexibilize a entrada de produtos do Terceiro Mundo. E que os países do G-20, do qual o Brasil, Índia e China fazem parte, flexibilizem produtos industriais em setor de serviços, afirmou. Nós estamos dispostos a fazer nossa parte, desde que eles façam a parte deles. Eles falam muito em livre comércio, mas gostam de proteger os seus produtos.
A idéia do governo brasileiro é sugerir a redução da taxa para que o combustível possa ser exportado de forma mais competitiva. No entanto, os produtores de milho dos EUA e donos de usina de etanol acham que ainda não está na hora de o governo americano reduzir as barreiras ao álcool brasileiro. O próprio conselheiro da Segurança Nacional dos EUA, Stephen Hadley, adiantou ontem que, em sua passagem pelo Brasil, Bush não pretende propor nenhuma alteração nas tarifas. Isso é um assunto do Congresso, esquivou-se (leia na página A5).
CHÁVEZ
Lula também aproveitou seu programa de rádio para refutar a idéia de que Bush estaria tentando estreitar os laços com o Brasil para neutralizar o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, na América do Sul. O presidente afirmou não acreditar que seu colega americano queira tratar desse assunto com ele. Eu respeito a soberania de cada país. Eu acho que não há espaço para a gente discutir problemas de outros países além de discutir os nossos próprios problemas.
FRASES
Luiz Inácio Lula da Silva
Presidente
O que eu quero é o seguinte: se é para ter livre comércio, vamos ter livre comércio para que a gente tenha oportunidade de vender e comprar. Não tem sentido a alta taxa que os Estados Unidos impõem ao álcool brasileiro
O que nós estamos pedindo é que os Estados
Unidos deixem de dar o subsídio que dão hoje e que a União Européia flexibilize a entrada de produtos do Terceiro Mundo. E que os países do G-20, do qual o
Brasil, Índia e China fazem parte, flexibilizem
produtos industriais em setor de serviços
Nós estamos dispostos a fazer nossa parte, desde
que eles façam a parte deles. Eles falam muito em livre comércio, mas gostam de proteger os seus produtos.
Fonte: Estadão
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