Sem acordo sobre a autonomia dos Estados para a aplicação de leis penais, o presidente do Senado, Renan Calheiros, adiou a instalação da Comissão Especial sobre o assunto. Amanhã, ele se reúne com os governadores do Sudeste para resolver o impasse.
O único defensor veemente da proposta - feita logo após a morte de João Hélio - é o governador do Rio, Sérgio Cabral. Calheiros foi procurado por autoridades que se opõem à autonomia dos estados para legislar sobre crimes. Os principais críticos foram o presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), e o ex-delegado da Polícia Federal e senador Romeu Tuma (PFL-SP).
O presidente do Senado, então, informou que só vai decidir sobre a instalação da comissão depois de conversa com Sérgio Cabral e os governadores do Sudeste, amanhã. Além disso, ele pediu ao consultor jurídico da Casa, Alberto Cascais, estudo sobre o assunto.
No que depender de Cabral, o Congresso deve adotar medidas que autorizem os estados a legislar cada um à sua forma no que refere à execução de leis penais. Segundo o governador, não é possível comparar a realidade do Rio com as dos estados no norte e nordeste.
Caso sejam condenados pela morte de João Hélio, os acusados Carlos Eduardo Toledo Lima, 23 anos, Diego Nascimento da Silva, 18, Carlos Roberto da Silva, 21 anos, e Tiago Abreu Matos, 19 anos, podem pegar até 36 anos de prisão. Além de denunciá-los, o promotor José Luís Ferreira Marques pedirá à Justiça a prisão preventiva deles. O processo será julgado na 1ª Vara Criminal do Fórum de Madureira. Os quatro já estão presos.
O menor de 16 anos, que está no Instituto Padre Severino, na Ilha do Governador, responderá pelo crime na 2ª Vara da Infância e Juventude. O juiz Guaracy Vianna marcou audiência para o dia 6 de março, a fim de ouvir as testemunhas de defesa. Não está descartada a hipótese de acareação entre o menor e os outros quatro suspeitos.
Fonte: Terra
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