É uma autêntica caça ao major rebelde em Timor-Leste. O presidente timorense, Xanana Gusmão, autorizou uma operação de captura do major Alfredo Reinado, depois de o militar fugitivo ter assaltado no dia 24 do corrente três postos da Polícia de Fronteira localizados na fronteira com Indonésia no Sudoeste do país. No resultado do assalto a fronteira entre dois paises foi encerrada a pedido de Timor-Leste. Está em curso uma operação no Sudoeste do país para capturar o major fugitivo e o seu grupo, envolvendo efectivos da Polícia das Nações Unidas (UNPol) e as Forças de Estabilização Internacionais (ISF), constituída por militares australianos e neozelandeses,
Reinado passou dos limites, declarou Xanana numa comunicação ao país .O Alfredo sempre tentou aproveitar essa situação para manipular, acusou Xanana Gusmão, e não é consistente com as suas ideias.
«Reuni-me com o primeiro-ministro, com o representante especial do secretário-geral da ONU e com o brigadeiro Rerden, para analisar a situação do Alfredo, e a estupidez que ele fez, declarou Xanana Gusmão, referindo à reunião de emergência com José Ramos-Horta, Atul Khare e o comandante das ISF.
Autorizámos as ISF que estão neste país para fazer uma operação de captura de Alfredo porque Alfredo agora mostra claramente que já não respeita as instituições do Estado, anunciou Xanana Gusmão.
Alfredo Reinado, ex-comandante da Polícia Militar, foi detido em Julho de 2006 na posse de material de guerra e preso preventivamente em Becora, Díli, de onde se evadiu a 30 de Agosto com meia centena de homens. O major enfrenta acusações de tentativa de revolução para derrubar o Estado, como recorda a declaração de Xanana Gusmão, e de posse ilegal de armas. O presidente sublinhou que os órgãos de soberania e de justiça envolvidos sempre tomaram decisões com calma, pare evitar um problema ainda maior.
O brigadeiro Taur Matan Ruak, chefe do Estado-Maior das Falintil-Forças de Defesa Timorenses (F-FDTL), foi chamado ao Conselho de Ministros no final de 2006 para dar a sua opinião sobre o problema, contou Xanana Gusmão.
Segundo foi revelado, Taur Matan Ruak colocou duas opções na mesa: Aproximação, para convencer Alfredo a entregar-se; ou, caso Alfredo se recusar a responder perante o tribunal, aplica-se o uso da força para o obrigar a vir.
Reinado e Matan Ruak encontraram-se em Tasi Tolu, a Oeste de Díli, a 21 de Dezembro. O processo negocial, seguindo a primeira opção, foi entregue ao procurador-geral da República, Longuinhos Monteiro, culminando na assinatura de um acordo há três semanas.
A corda partiu, no entanto, com o assalto de três postos de polícia no Sudoeste do país, o primeiro dos quais junto de Maliana, a 150 quilómetros de Díli. Alfredo Reinado levou 25 armas e uniformes e um dos elementos da polícia no posto de Tonubibi, Maliana, ter-se-á juntado ao grupo do major fugitivo, segundo fonte das Nações Unidas.
Fonte: Primeiro de Janeiro/Lusa
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