A Secretaria de Segurança sabia há pelo menos dois anos que um grupo de policiais civis cobrava propinas e vendia proteção aos contraventores Rogério Andrade e Fernando Iggnácio, escreve o jornal "O Globo" nesta terça-feira.
Segundo a Polícia Federal, esse grupo seria chefiado pelo delegado e deputado estadual eleito Álvaro Lins (PMDB). O delegado Marcelo Itagiba, então secretário de Segurança, recebeu da Subsecretaria de Inteligência (SSI) relatórios mostrando negócios e a evolução patrimonial de policiais, inclusive citando Lins, na época chefe de Polícia Civil, como cabeça do grupo. Como as investigações não andaram, um dossiê com todas as informações foi enviado à PF, dando início à Operação Gladiador, desencadeada na última sexta-feira.
Entretanto o Ministério Público Eleitoral (MPE) comunicou ontem que vai pedir a cassação do diploma do deputado estadual eleito Álvaro Lins .
As escutas telefonicas efetuadas no âmbito do processo criminal revelam entre outras coisas que a quadrilha de Iggnácio foi responsável por pelo menos quatro mortes e dois atentados entre setembro e outubro. O braço armado do grupo de Iggnácio é formado por policiais militares liderados pelo ex-fuzileiro naval Marcos Paulo Moreira da Silva, o Marquinhos Sem Cérebro, segundo o jornal Folha de S.Paulo.
Os confrontos entre Iggnácio e seu rival Rogério Andrade já soma mais de 50 mortes em oito anos. Iggnácio está preso desde outubro na Polinter, em Niterói, e Sem Cérebro está detido no 1є Distrito Naval. O líder do grupo, em gravação autorizada pela Justiça Federal, diz que é obrigação do funcionário "zelar pelo patrimõnio da empresa", o que implicaria eliminar rivais e destruir caçaa-níqueis do inimigo.
Quando uma morte é concluнda, eles anunciam ao grupo dizendo "bingo" nas gravações. Segundo o Ministério Público Federal, Iggnácio tem "absoluto domínio final de todos esses crimes".
De acordo com informações da Polícia Federal, Iggnácio ganhava cerca de R$ 6 milhхes por mês com mais de dez mil máquinas de caça-níqueis espalhadas pela zona oeste do Rio de Janeiro. As contas bancárias da organização estгo bloqueadas pela Justiça, a pedido da PF e do Ministério Público Federal.
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