Ampla condenação no Reino Unido a morte de general iraniano no Iraque
Londres, 4 jan (Prensa Latina) O assassinato do general iraniano Qasem Soleimani por ordem do presidente norte-americano Donald Trump gera hoje uma ampla condenação no Reino Unido, além de críticas à postura assumida pelo governo britânico.
O líder do opositor Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, foi dos primeiros a reagir ao ataque com mísseis perpetrado na madrugada de ontem por um avião não tripulado estadunidense nos arredores do aeroporto de Bagdá.
Depois de advertir através de sua conta na rede social Twitter que o assassinato do chefe das tropas especiais iranianas constitui uma escalada muito grave e perigosa do conflito, com conotações globais, Corbyn enviou ontem à noite uma carta ao premiê conservador, Boris Johnson, para solicitar uma reunião do Privy Council, o Conselho Privado de Sua Majestade.
De acordo com o veterano político opositor, o governo deve responder ante os assessores da rainha Isabel II sim Estados Unidos informou-lhe antecipadamente do ataque, qual foi sua resposta, e daí medidas está tomando para proteger as vidas dos cidadãos britânicos destacados no Oriente Médio, entre outras interrogantes.
Até o momento, as autoridades britânicas limitaram-se a chamar a todas as partes envolvidas a acalmar as tensões, e a advertir os cidadãos do Reino Unido que se abstenham de viajar a Iraque e Irã.
A parlamentar trabalhista Emily Thornberry, que desempenha-se como chanceler à sombra desde a oposição, qualificou de 'patética' a reação do governo, e considerou que o menos que podia fazer Johnson era convocar a uma reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
O ex-legislador trabalhista Chris Williamson também condenou neste sábado o assassinato do alto chefe militar iraniano, ao o qualificar como um exemplo de terrorismo de Estado que deve ser repudiado de forma inequívoca por Downing Street.
O Premiê e o ministro das Relações Exteriores devem distanciar o Reino Unido dos Estados Unidos o antes possível, opinou Williamson através do Twitter.
O movimento pacifista Stop the War convocou a seus seguidores a manifestar-se neste sábado em frente à residência oficial do governante conservador sob o lema 'Não à guerra contra Irã'.
Em opinião da fundadora dessa coalizão, a ativista Lindsey German, o assassinato de Soleimani foi um ato de guerra perpetrado por Donald Trump que viola todos os acordos atingidos pelo governo iraquiano.
'Trump está procurando uma guerra desde que rompeu o tratado nuclear com Irã, e de consegui-la, provocará a guerra maior que se tenha desatado no Oriente Médio, porque envolverá Israel, Arábia Saudita, e possivelmente a Rússia', alertou.
No ataque contra Soleimani morreram outras sete pessoas, entre elas o militar Abu Mehdi al Muhandis, segundo o comando das Unidades de Mobilização Popular (UMP) do Iraque, uma aliança de milícias criada em 2014 para combater contra a organização terrorista Estado Islâmico, e integrada ao governo de Bagdá.
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