Por ANTONIO CARLOS LACERDA
No Estado do Espírito Santo, Sudeste do Brasil, obras em apenas seis quilômetros na Rodovia do Contorno, Região Metropolitana da Grande Vitória, custaram R$ 66,9 milhões. Essas obras fazem parte do escândalo de corrupção e suborno no Ministério dos Transportes, o mais recente da história política do Brasil, chegando a bater até mesmo o famoso escândalo do Mensalão.
As obras da Rodovia do Contorno estão sob suspeita por não ter tido licitação, se arrastam há mais de dez anos e no local acontecem freqüentes acidentes fatais. Cada quilômetro da Rodovia do Contorno custou R$ 11 milhões aos cofres públicos, pagos à empresa Contractor.
As obras foram contratadas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura dos Transportes (Dnit), órgão do Ministério dos Transportes e fazem parte do mais recente escândalo de corrupção do Governo Federal.
O escândalo no Ministério dos Transportes já derrubou o ministro Alfredo Nascimento, além de vários diretores e funcionários do próprio Ministério e do Dnit. A empresa contratada para executar as obras na Rodovia do Contorno é a Contractor.
Assinado em março de 2010 pelo então superintendente Élio Bahia - o atual é Halpher Luiggi -, o termo visa à complementação de obras para a duplicação da Rodovia do Contorno de Vitória e à construção de oito viadutos. Em um trecho de apenas 6,2 quilômetros, o Dnit vai desembolsar, ao menos, R$ 66,9 milhões - já foram assinados aditivos ao contrato.
Esse contrato - obras da Rodovia do Contorno - sem licitação é um dos maiores do Brasil. Só em 2010, R$ 228,2 milhões foram destinados às empresas sem licitação, em 80 contratos. O Dnit está no centro das denúncias de corrupção e suborno no Ministério dos Transportes.
As obras na Rodovia do Contorno já duram mais de uma década e ainda se arrastam. Até meados de junho, a rodovia já havia registrado mais de cem mortes em acidentes com veículos.
O senador Ricardo Ferraço chegou a dizer que "Isso é uma esculhambação. As denúncias são gravíssimas". Diante das novas denúncias apresentadas envolvendo o (Dnit, o senador Ricardo Ferraço afirmou que irá requerer cópias dos 80 contratos assinados pelo órgão com dispensa de licitação.
"Isso é uma esculhambação. As denúncias são gravíssimas e merecem explicações por parte do governo. Estes fatos vão, ainda, fortalecer a abertura de uma CPI no Senado", afirmou Ferraço. Ele ainda criticou o número elevados de aditivos que sofrem os valores iniciais dos projetos.
O senador Magno Malta, cacique supremo do PR no Estado do Espírito Santo - partido que domina o ministério dos Transportes e o Dnit em troca de apoio ao governo federal no Congresso Nacional - recebeu R$ 30 mil da Contractor para sua campanha ao Senado Federal.
A empresa Contractor também é responsável pela obra da segunda etapa da Avenida Carlos Lindenberg, no município de Vila Velha, região Metropolitana da Grande Vitória. Ela foi contratada pelo Dnit para as obras da Rodovia do Contorno e por parte da obra do segundo trecho da Avenida Carlos Lindenberg, em Vila Velha, orçada em R$ 10,3 milhões, para um trecho de apenas 1,1 km.
O escândalo do Ministério dos Transportes e do Dnit já está superando o escândalo do Mensalão, considerado o maior em termos de corrupção e suborno em toda a história política do Brasil.
ANTONIO CARLOS LACERDA é correspondente internacional do PRAVDA.RU. E-mail:- [email protected]
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