O governo alemã qualificou de "ilegal" a exploração das riquezas naturais do Sahara Ocidental, sublinhado que a questão saharaui é uma questão de descolonização. Na resposta aos membros do parlamento alemão (Bundestag), o governo alemão reconheceu a ilegalidade da pilhagem sistemática euro-marroquina dos recursos naturais saharauis.
A resposta oficial alemã junta-se à posição expressa no mesmo sentido pelo antigo secretário-geral adjunto da ONU, Hans Corell, segundo a qual a exploração e aproveitamento dos recursos naturais contra a vontade e os interesses da população do Sahara Ocidental está "em contradição com os princípios do Direito internacional como o estipula a legislação relativa à exploração dos recursos naturais nos territórios não-autónomos".
O governo alemão sublinhou igualmente o imperativo para todos os países de se empenharem em informar-se com vista a "determinar se a exploração dos recursos naturais dos países colonizados servem os interesses da população dessas regiões e se ela se produz em concertação com os seus representantes ".
Questionado se o governo alemão estava a trabalhar para garantir que todos os acordos sobre o Sahara Ocidental respeitassem a vontade e os interesses das populações da região , o governo da senhora Angela Merkel referiu a necessidade de estudar profundamente o processo de aplicação dos acordos internacionais e, em particular, se os acordos bilaterais entre a Alemanha e Marrocos não comportam nenhum enunciado expresso sobre esse domínio.
Uma decisão unilateral será promulgada, quanto ao tema em questão, relativo à situação no Sahara Ocidental em conformidade com o Direito internacional, afirmou o governo alemão.
Sobre eventuais investimentos de empresas alemãs nos territórios ocupados do Sahara Ocidental, o governo alemão fez saber que não apoiava qualquer projecto nesta região e que não tinha informações sobre a participação de sociedades alemãs no parque eólico de El Aaiun.
As perguntas ao governo alemão centraram-se igualmente sobre outras questões relativas ao Sahara Ocidental, nomeadamente o tema Aminetu Haidar e a posição face aos esforços da ONU de resolver a questão. Os deputados alemães exigiram do governo do seu país que adopte posições claras e que apoie a legalidade internacional. (SPS)
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