Reflexão
Autor: Andrei Pleshu, filósofo romeno.
No Brasil, ninguém tem a obrigação de ser normal. Se fosse só isso, estaria bem. Esse é o Brasil tolerante, bonachão, que prefere o desleixo moral ao risco da severidade injusta. Mas há no fundo dele um Brasil temível, o Brasil do caos obrigatório, que rejeita a ordem, a clareza e a verdade como se fossem pecados capitais. O Brasil onde ser normal não é só desnecessário: é proibido. O Brasil onde você pode dizer que dois mais dois são cinco, sete ou nove e meio, mas, se diz que são quatro, sente nos olhares em torno o fogo do rancor ou o gelo do desprezo. Sobretudo se insiste que pode provar.
De janeiro de 2003 até junho de 2008 a União gerou um déficit fiscal nominal de R$ 408,3 bilhões (3,40% do PIB).
Receitas Totais aumentaram da média/mês de R$ 36,4 bilhões (29,52% do PIB) em 2002 para R$ 49,6 bilhões (27,22% do PIB) no período de janeiro de 2003 até junho de 2008. Queda real em relação ao PIB de 7,79% comparado com o ano de 2002.
A dívida interna da União em poder do mercado e do Banco Central aumentou de R$ 841,0 bilhões (56,91% do PIB) em dezembro de 2002 para R$ 1.675,5 bilhões (62,06% do PIB) em junho de 2008. Crescimento real em relação ao PIB de 9,04% comparado com dezembro de 2002.
A série história de nossa balança comercial com base na média/ano foi como segue: 85/89 (superávit de US$ 13,5 bilhões = 4,57% do PIB); 90/94 (superávit de US$ 12,1 bilhões = 2,70% do PIB); 95/02 (déficit de US$ 1,1 bilhão = -0,15% do PIB). De janeiro de 2003 até junho de 2008 (superávit de US$ 36,5 bilhões = 3,81% do PIB). Queda real em relação ao PIB de 16,63% comprado com o governo Sarney (85/89).
A série histórica dos investimentos externos líquidos (diretos e indiretos) com base na média/ano foi como segue: 85/89 (negativo de US$ 6,3 bilhões = -2,14% do PIB); 90/94 (positivo de US$ 7,0 bilhões = 1,57% do PIB); 95/02 (positivo de US$ 24,3 bilhões = 3,46% do PIB). De janeiro de 2003 até junho de 2008 (positivo de US$ 24,6 bilhões = 2,57% do PIB). Queda real em relação ao PIB de 25,72% comparado ao governo FHC (95/02).
Com base nos números conhecidos no mês de junho de 2008, comparando com dezembro de 2002, houve aumento do efetivo da ordem 314.273 servidores: Legislativo - 4.739; Judiciário -13.995; Executivo Militar - 174.025 recrutas; Executivo Civil - 110.570 e Ex-territórios e DF de 10.944. Acréscimo de 314.273 servidores em relação a dezembro de 2002.
O custo total de pessoal da União aumentou de R$ 35,8 bilhões em 1994 para R$ 75,0 bilhões em 2002. Incremento nominal de 109,50% em relação ao ano de 1994. Com base nos números conhecidos em junho de 2008 podemos prever um custo total com pessoal para 2008 de R$ 145,2 bilhões. Incremento nominal de 93,60% em relação ao ano de 2002.
Crescimento econômico real, com base média/ano como segue: 4,39% ao ano (1985/89), 1,24% ao ano (1990/94), 2,31% ao ano (1995/02) e 3,78% ao ano (2003/07). Queda real de 13,89% comparado com o governo Sarney (85/89).
Em 2002 a carga tributária era de 31,86% do PIB. Em 2006 aumentou para 34,23% do PIB. Crescimento real de 7,44% em relação ao ano de 2002.
Ricardo Bergamini
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